terça-feira, 7 de setembro de 2010

A ORIGEM- O FILME


Dir.: Christopher Nolan
Com Leonardo DiCaprio, Joseph Gordon-Levitt, Ellen Page, Ken Watanabe, Cillian Murphy, Marion Cotillard, Michael Caine, Tom Hardy, Tom Berenger, Dileep Rao, Pete Postlethwaite

Minha humilde crítica:Fui assistir este filme em uma sala no shopping Cidade Jardim em S.Paulo, onde pipocas e champagne são servidos aos cinéfilos de plantão , deitados em poltronas-cama. Com todo este aparato ao qual nós gaúchos não estamos acostumados  me preparei para curtir um "filme cabeça" acompanhada de toda esta mordomia.
Na primeira meia hora do filme  não entendi nada e me ajeitei naquela cama de solteiro com a esperança que não fosse uma questão de burrice minha. Mais meia hora do filme eu estava quase dormindo com tanta ficção sem nexo.Ali o cara tinha no mínimo fumado uns dez baseados e queria que nós, sóbrios, fizessemos a viagem com ele.Me senti muito otária, em primeiro lugar por ter ido atrás da critica dos pseudo intelectuais que nada entendem mas fingem que tudo ten um significado. As 3 dimensões, um sonho dentro de um sonho...etecétera e tal.Acho que até o Freud não desvendaria o sonho do Di Caprio, e olha que o cara era bom nisto!
Um filme sem pé nem cabeça, que só não levantei e fui embora porque havia mais pessoas comigo.
Na saída todos nos olhamos com cara de sono dando uma grande gargalhada, onde a única coisa que  concordamos é que fizemos uma "viagem" sem ter fumado nenhum.Ainda bem que não foi uma viagem sem volta,concordamos.
Posso afirmar que foi um dos piores filmes que vi nos últimos anos, ganhando até do filme do Lula. Só que neste último, que conta a  história da vida pobre do nosso presidente nem me dei ao trabalho de sair de casa mesmo que me oferecessem champagne , uma cama estofada para deitar e um ingresso gratuíto.

Agora vamos a crítica dos "entendidos":
Em A Origem, Nolan chega ao que podemos pensar ser o ápice de suas experimentações em como contar uma história. A estrutura de seu novo longa-metragem, como não poderia deixar de ser, lembra bastante a de um sonho, cheia de elipses. Com diversos acontecimentos rolando ao mesmo tempo – com o intrincando conceito do sonho dentro do sonho – o espectador precisa ficar atento para pescar todas as informações dadas pelo roteiro. E não são poucas. Christopher Nolan faz questão de explicar as regras desse universo em meio a diálogos expositivos, mas nunca óbvios. Ariadne, a arquiteta dos sonhos, serve como a representante dos espectadores na tela, fazendo as perguntas pertinentes e recebendo as bem-vindas explicações necessárias.

É salutar assistir a um filme com roteiro extremamente inteligente e que não subestima seu público. Isso e o fato de as reviravoltas da história estarem longe dos clichês dos usuais thrillers é motivo de comemoração para cinéfilos. Em dado momento, esperava que algum personagem se mostrasse um vilão em potencial, um infiltrado ou qualquer coisa do tipo como em centenas de outros filmes. Felizmente, Christopher Nolan nos presenteia com um roteiro bastante original, cheio de momentos inspirados e que planta a vontade no espectador de assistir novamente. Seja para confirmar algumas informações, seja para se divertir uma segunda vez com as aventuras de Dom Cobb e sua equipe.
Aventura, aliás, é uma palavra correta para A Origem. São muitas as cenas de ação. Algumas convencionais, mas muito bem executadas, outras completamente inovadoras – como o caso da gravidade zero ou do mundo incoerente criado pela mente de Ariadne. Estas duas cenas, em particular, com o perdão do clichê, são de arrepiar. Mesmo tendo sido utilizadas em trailers e comerciais, o efeito de assistir a imagens tão únicas na tela grande é de deixar qualquer um boquiaberto. Imagine em Imax então?
Com um visual caprichado e roteiro igualmente bem lapidado, Christopher Nolan precisava apenas de um elenco à altura para dar conta do recado. Ainda que não tenhamos uma atuação rasgadamente destacada como a de Heath Ledger em Batman – O Cavaleiro das Trevas, o grupo de A Origem é incrivelmente forte.

E o protagonista? Leonardo DiCaprio encabeça o longa-metragem e convence como um inteligente e traumatizado indivíduo, que vive se escondendo de uma ameaça em potencial. Dom Cobb é um homem apegado demais ao seu passado e precisa deixá-lo para trás. Suas cicatrizes ainda o machucam e a culpa de um evento irreversível o assombra até hoje. Esta é a jornada do personagem e o espectador consegue se relacionar com o seu drama, apesar de faltar uma pitada de emoção para que tudo ficasse perfeito. É o único quesito questionável em A Origem. Muito cérebro e pouco coração em alguns momentos. Nada que tire do filme suas cinco estrelas, two thumbs up, nota 10, ou qualquer que seja o seu sistema de avaliação.

Certamente, muitos procurarão por críticas e resenhas tentando achar respostas para o final do filme. O próprio Christopher Nolan disse que não se preocupava em ceder isso ao espectador. Cada um entende da forma como quiser aquele último momento, cortado segundos antes de uma possível resposta, deixando todos no escuro – literalmente. É um desfecho arrebatador, que deixará perguntas eternas. E, na verdade, o que menos importa é esta resposta. O interessante e fascinante neste filme é a jornada dos personagens. Da mesma forma que nunca saberemos se Capitu traiu Bentinho, se Deckard era ou não um replicante, a resposta para o que vimos em A Origem ficará na cabeça de cada um. Eu tenho a minha.
 EU A MINHA.
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