segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Aos homens!




Ele tirou do bolso um pacote pequeno e disse: “Isso é para você”. Fiquei sem fala porque não esperava. Era uma lembrança mínima, delicada, talvez não tenha custado quase nada, mas durmo com ela ao meu lado até hoje.

Um homem deveria entender nossas sensibilidades. As diferenças que nos tornam mulher. As que, mesmo com o tempo de lutas travadas não deixaram de pertencer à típica essência feminina.

Podemos desbravar o mundo com as nossas lanças afiadas. Controlar os instintos para que não derrubem os alicerces que foram fincados no chão para nos proteger das leis do passado. Estudar, possuir cursos e chefiar pessoas no trabalho. E, mesmo assim, jamais deixaremos de sonhar. De delirar com lindos vestidos de seda nas vitrines. Sapatos que tornem nossas pernas mais torneadas com meias transparentes para insinuar mais. A maquiagem que brilha na face como fantasia: pó translúcido, lápis preto e rímel nos olhos ansiosos e o gloss que brilha só em nuances  pedindo, por fim,  o beijo.

Queria dizer a um homem que dê mais flores para a mulher. Um mimo que de tão pequeno não imagina o que provoca. A lembrança tirada do bolso despretensiosamente e que entrega assim, do nada. E que efeito faz. Se ele soubesse o quanto precisamos de detalhes. Dos que ficam guardados na lembrança pelo resto da existência, não deixaria de oferecer a riqueza de um grão de arroz com o nome da amada gravado ou um chaveiro que acende. Mínimos tesouros vivos. Preciosos diamantes.

Se soubesse como um bilhete no papel de chiclete fica para sempre acomodado na gaveta dos nossos sonhos. O que sentimos quando ele revela que guardou na sua carteira , bem escondida, aquela nossa foto, mínima, mas que se torna imensa, em um zoom fictício quando nos conta envergonhado . Frações de sentimentos, prazeres que mexem com a carne fêmea. Que faz as asas dos sentidos voarem em liberdade.

Mulher gosta de pingos nas letras. De corações azuis espalhados na cama. De pétalas de rosas jogadas no chão do quarto. De velas acesas em torno da banheira de hidromassagem. De fortuitos beijos e transas no banheiro de uma festa.

Se um homem soubesse que pequenos detalhes nos tornam grandes. Motivam. Engrandecem a nossa auto estima. Que não precisa gastar tanto dinheiro com presentes caros. É claro que adoramos jóias, mas que junto a elas esteja um cartão escrito: “Mulher da minha vida”.

Não adianta dizer que perdemos a feminilidade com as lutas travadas durante séculos. Que a delicadeza não mais importa. Que o cheiro de uma mulher não mexe com os homens. A lingerie que distorce as leis objetivas tão masculinas. Um simples e pequeno pano rendado que transtorna os hormônios e aceleram a busca de suas mãos através de nossos corpos. Que poder!

Se eles soubessem que quando esquecem só por instantes o rico projeto em que trabalham e oferecem os braços em um abraço, não mais nos deixariam de lado tantos dias. Telefonariam para dizer “boa noite” ou “bom dia” e que para nós representa “eu te amo”.

Eles deveriam saber que precisamos de marcas que nos deixe sonhar até o próximo encontro. Que fomos escolhidas entre tantas.

Se um homem acreditasse nessa necessidade de carinho que temos. Nos hormônios que desfalecem quando vibram com o som da voz nos amando. Das brincadeiras quando nos encontramos. Os bombons de licor. O refrigerante doce tomado no mesmo canudo. O vinho seco e no olhar  a cumplicidade e o desejo.

Pois é, são só detalhes, mas que uma mulher jamais esquece. Como sair do caminho costumeiro só para vê-la rapidinho e matar a saudade. Tantas coisas um homem poderia fazer para nos ter amantes. E esses pedaços do céu não são encontrados em nenhuma loja e sim em sua criatividade.

Tomara que um deles leia esse texto. Que possa guardar como lembrança o sinal dos tempos. O desejo que externamos e não põem em prática, mas que nunca desistimos de pedir. Se percebesse o que uma mulher precisa para ficar feliz, tiraria a foto da lua cheia ou lhe entregaria um vidro pequeno de purpurina dizendo ser o pó das estrelas. E nós, queridos, acreditaríamos porque somos todas Mulheres.

sábado, 28 de agosto de 2010

Devaneios etcétera e tal...: AS PARTES- Como dói!

Devaneios etcétera e tal...: AS PARTES- Como dói!: "Uma separação, falo como advogada de Familia que sou, dói ! Dói para cada parte no processo: para o casal nesta ruptura muitas vezes drástic..."

AS PARTES- Como dói!

Uma separação, falo como advogada de Familia que sou, dói !
Dói para cada parte no processo: para o casal nesta ruptura muitas vezes drástica, para quem atua como mediadora  como eu, necessitando entrar na vida de cada um e precisando dividir o imenso sofrimento de todos, e principalmente dói em demasia  para os filhos, que mesmo sem entender são PARTES NO PROCESSO.



Tem dias que levantar cedo não dói. Hoje foi um e não me perguntem por quê. São 8:47 agora e eu já cataloguei fotografias de 1973... por aí, até 1992, ufa... Lembranças, algumas até meio amarelando, de coisas vividas e que passaram. Passaram? Umas sim e outras não. Coisas que marcam, como o mar azul de Tainhas, contrastando com o laranja do bote inflável cheio de boinhas de braço.
É... navegávamos com crianças... e como crianças, na segurança que a juventude dá. Éramos indestrutíveis, aptos a levar bebês para o alto mar num bote de dois metros. Estranho que o mar azul, um bote e as lembranças das muitas "indiadas" rumo ao sol, ao vento, ao mar e à aventura me tenham trazido, de repente, de volta ao passado mais recente. Mais precisamente segunda-feira, a última.
Não tinha nem mar azul, nem mesmo céu, pelo menos não olhei para o alto. Só coisas cinza. Cinza era o prédio, a roupa da advogada, cinza era o chão, as portas, cinza sobriedade, cinza impessoal, cinza tapa sujeira, e depois dizem que blue é que é triste. Não éramos mais os jovens aventureiros arriscadores de bebês, desbravadores dos cafundós de qualquer praia paradisíaca. Éramos "as partes". Cheguei a olhar para trás quando a oficial de justiça disse:
— As partes podem entrar.
Nos olhamos. Como bons ex-aventureiros fomos juntos pra poupar os carros, mesma advogada, pra economizar, também. Um olhar e bastou. Olhos azuis nos outros olhos azuis: estes somos nós, "as partes".
Sentamos, mãos geladas. E sentamos errado. Era para ser em lados opostos e sentamos lado a lado. Incrível que, depois de tanto tempo, a nossa segurança ainda era enfrentar aquilo juntos. A juíza, o único elemento de cor no recinto, balançou os ombros e as pulseiras e voltou os olhos para o texto. A pastinha laranja-bote contrastando com o azul-mar de sua blusa.
E nos resumiu...
— Vocês, "as partes", são fulano e fulana, vocês têm isso, aquilo, aquilo outro e mais dois filhos.
Meus lindos bebês que escaparam de morrer afogados no mar de Santa Catarina, sucumbiram à lei, coisificados junto com automóveis e apartamentos.
— Confere?
Que íamos dizer???
— Confere...
— A parte "tal" fica com isso... Confere? E a parte "outro tal" fica com aquilo... Confere?
— Confere...
Repartimos até os nossos bebês. Como se fosse possível repartir vida! Como se os sonhos dele não estivessem para sempre colados nos meus.
Sorte que não pensei em nada na hora. Acho que ser chamada de "parte tal" me anestesiou. Firulas legais foram recitadas. E eu ali esperando o "então vos declaro..." Mas não tem. E não tem música. E ninguém nos beijou na saída.
— "As partes" podem se retirar.
Cruzamos o corredor cinza e descemos pelo elevador cinza, a advogada cinza sempre falando, coisas cinza.
Na rua enfim o sol. E eu rezando para que, pelo menos, um bote laranja me trouxesse pra casa
Voltamos juntos, falando dos nossos bebês. Olhos azuis nos outros olhos azuis, eu ainda sei o que aqueles olhos pensam.
Estranhamente, desde lá eu venho pensando em mar, em botes, em vento...
E em bebês.(by Suzana Gutierrez)

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

VERANEIO NO R.G.DO SUL..IMPERDÍVEL!

Este texto de Paulo Wainberg eu li e guardei.Acho um dos textos mais hilários e realistas das nossas praias aqui do sul, embora muita gente de grana da nossa sociedade vá  veranear em Punta del Este no verão mas não deixam de  manter suas casas chiquetéssimas por aqui. Vai entender!
Vamos ao texto!

Para conhecimento nacional e reconhecimento regional:



Está chegando o verão e com ele o veraneio, como chamamos aqui no Sul.
Não sei se vocês, de outros Estados, sabem, mas temos o mais fantástico litoral do País: de Torres ao Chuí, uma linha reta, sem enseadas, baias, morros, reentrâncias ou recortes. Nada!
Apenas uma linha reta, areia de um lado, o mar do outro.
Torres, aliás, é um equívoco geográfico, contrário às nossas raízes farroupilhas e devia estar em Santa Catarina.
Característica nossa, não gostamos de intermediários.
Nosso veraneio consiste em pisar na areia, entrar no mar, sair do mar e pisar na areia.
Nada de vistas deslumbrantes, vegetações verdejantes, montanhas e falésias, prainhas paradisíacas e outras frescuras cultivadas aí para cima.
O mar gaúcho não é verde, não é azul, não é turquesa.
É marrom!
Cor de barro iodado, é excelente para a saúde e para a pele! E nossas ondas são constantes, nem pequenas nem gigantes, não servem para pegar jacaré ou furar onda. O solo do nosso mar é escorregadio, irregular, rico em buracos. Quem entra nele tem que se garantir.
Não vou falar em inconvenientes como as estradas engarrafadas, balneários hiper-lotados, supermercados abarrotados, falta de produtos, buzinaços de manhã de tarde e de noite, areia fervendo, crianças berrando, ruas esburacadas, tempestades e pele ardendo, porque protetor solar é coisa de fresco e em praia de gaúcho não tem sombra. Nem nos dias de chuva, quase sempre nos fins-de-semana, provocando o alegre, intermitente, reincidente e recorrente coaxar dos sapos e assustadoras revoadas de mariposas.
Dois ventos predominam, em nosso veraneio: o nordeste – também chamado de nordestão – e o sul, cuja origem é a Antártida.
O nordestão é vento com grife e estilo... estilo vendaval.
Chega levantando areia fina que bate em nosso corpo como milhões de mosquitos a nos pinicar. Quem entra no mar, ao sair rapidamente se transforma no – como chamamos com bom-humor – veranista à milanesa. A propósito, provoca um fenômeno único no universo, fazendo com que o oceano se coloque em posição diagonal à areia: você entra na água bem aqui e quando sai, está a quase um quilômetro para sul. Essa distância é variável, relativa ao tempo que você permanecer dentro da água.
Outra coisa: nosso mar é pra macho!
Água gelada, vai congelando seus pés e termina nos cabelos. Se você prefere sofrer tudo de uma vez, mergulhe e erga-se, sabendo que nos próximos quinze minutos sua respiração voltará ao normal: é o tempo que leva para recuperar-se do choque térmico.
Noventa por cento do nosso veraneio é agraciado pelo nordestão que, entre outras coisas, promove uma atividade esportiva praiana, inusitada e exclusiva do Sul: Caça ao guardassol. Guardassol, você sabe, é o antigo guarda-sol, espécie de guarda-chuva de lona, colorida de amarelo, verde, vermelho, cores de verão, enfim, cujo cabo tem uma ponta que você enterra na areia e depois senta embaixo, em pequenas cadeiras de alumínio que não agüentam seu peso e se enterram na areia.
Chega o nordestão e... lá se vai o guardassol, voando alegremente pela orla e você correndo atrás. Ganha quem consegue pegá-lo antes de ele se cravar na perna de alguém ou desmanchar o castelo de areia que, há três horas, você está construindo com seu filho de cinco anos.
O vento sul, por sua vez, é menos espalhafatoso. Se você for para a praia de sobretudo, cachecol e meias de lã, mal perceberá que ele está soprando. É o vento ideal para se comprar milho verde e deixar a água fervente escorrer em suas mãos, para aquecê-las.
Raramente, mas acontece, somos brindados com o vento leste, aquele que vem diretamente do mar para a terra. Aqui no Sul, chamamos o vento leste de ‘vento cultural’, porque quando ele sopra, apreendemos cientificamente como se sentem os camarões cozinhados ao bafo.
E, em todos os veraneios, acontece aquele dia perfeito: nenhum vento, mar tranquilo e transparente, o comentário geral é: “foi um dia de Santa Catarina, de Maceió, de Salvador” e outras bichices. Esse dia perfeito quase sempre acontece no meio da semana, quando quase ninguém está lá para aproveitar. Mas fala-se dele pelo resto do veraneio, pelo resto do ano, até o próximo verão.
Morram de inveja, esta é outra das coisas de gaúcho!
Atenta a essas questões, nossa indústria da construção civil, conhecida mundialmente por suas soluções criativas e inéditas, inventou um sistema maravilhoso que nos permite veranear no litoral a uma distância não inferior a quinhentos metros da areia e, na maioria dos casos, jamais ver o mar: os famosos condomínios fechados.
A coisa funciona assim: a construtora adquire uma imensa área de terra (areia), em geral a preço barato porque fica longe do mar, cerca tudo com um muro e, mal começa a primavera, gasta milhares de reais em anúncios na mídia, comunicando que, finalmente agora você tem ao seu dispor o melhor estilo de veranear na praia: longe dela. Oferece terrenos de ponta a ponta, quanto mais longe da praia, mais caro é o terreno. Você vai lá e compra um.
Enquanto isso a construtora urbaniza o lugar: faz ruas, obras de saneamento, hidráulica, elétrica, salão de festas comunitário, piscina comunitária com águas térmicas, jardins e até lagos e lagoas artificiais onde coloca peixes para você pescar. Sem falar no ginásio de esportes, quadras de tênis, futebol, futebol-sete, se o lago for grande, uma lancha e um professor para você esquiar na água e todos os demais confortos de um condomínio fechado de Porto Alegre, além de um sistema de segurança quase, repito, quase invulnerável.
Feliz proprietário de um terreno, você agora tem que construir sua casa, obedecendo é claro ao plano-diretor do condomínio que abrange desde a altura do imóvel até o seu estilo.
O que fazemos nós, gaúchos, diante dessa fabulosa novidade? Aderimos, é claro.
Construímos as nossas casas que, de modo algum, podem ser inferiores às dos vizinhos, colocamos piscinas térmicas nos nossos terrenos para não precisar usar a comunitária, mobiliamos e equipamos a casa com o que tem de melhor, sobretudo na questão da tecnologia: internet, TV à cabo, plasma ou LCD, linhas telefônicas, enfim, veraneamos no litoral como se não tivéssemos saído da nossa casa na cidade.
Nossos veraneios costumam começar aí pela metade de janeiro e terminar aí pela metade de fevereiro, depende de quando cai o Carnaval. Somos um povo trabalhador, não costumamos ficar parados nas nossas praias.
Vamos para lá nas sextas-feiras de tarde e voltamos de lá nos domingos à noite. Quase todos na mesma hora, ida e volta.
É assim que, na sexta-feira, pelas quatro ou cinco da tarde, entramos no engarrafamento. Chegamos ao nosso condomínio lá pelas nove ou dez da noite. Usufruímos nosso novo estilo de veranear no sábado – manhã, tarde e noite – e no domingo, quando fechamos a casa.
Adoramos o trabalhão que dá para abrir, arrumar e prover a casa na sexta de noite, e o mesmo trabalhão que dá no domingo de noite.
E nem vou contar quando, ao chegarmos, a geladeira estragou, o sistema elétrico pifou ou a empregada contratada para o fim-de-semana não veio.
Temos, aqui no Sul, uma expressão regional que vou revelar ao resto do mundo:

-Graças a Deus que terminou esta bosta de veraneio!

Conversa entre duas oligofrenicas...



- Suzana, tô namorando.
- Como assim? Com quem, de repente?
- Um cara que conheci na internet.
- Ah... você já passou dos vinte  e cinco faz tempo.
- Por isso mesmo! Se não fosse assim seria fácil, sua tonta. E deixa de ser careta. Isso agora é super normal.
- Conta então... conheceu como?
- Num site de namoro...PP- Par perfeito, tipo uma agência de encontros.
- kkkkkkkkkkkkkkk!
- Qual a graça Suzana?
- Isso é ridículo e ainda me disseram que se paga prá encontrar o sujeito.Tem até que fazer cadastro. E ainda pode ser casado, gay, etecétera e tal...
- Ridículas somos nós, como um par de chícaras, para cima e para baixo, sem um homem pra nada, nem que seja para  pagar um cineminha de vez em quando.. E eu não sou tão sózinha, tenho meus rolos.
- Não me conversa o teu último faz cinco anos... mas diz aí, você fica falando o que pra ele na internet? Que é  morena estonteante, magra e alta?
- Claro que não né Suzi. Já mandei até foto minha, ele sabe como eu sou.E curtiu.
- Mandou foto? Tu é doida, completamente doida, esse cara vai te colocar num site pornô. Aí eu quero ver...
- Suzana, homem nenhum no mundo olha pra mim faz tempo.Nem arigó de obra quem dirá num site pornô.
- E se ele for psicopata?
- psicopata eu conheço bem, já tive meu ex e outros...dá no mesmo.
- E se ele for gordo, feio, chato?
- Aí finjo que não sou eu e saio de fininho.Mas até aí, da gente se encontrar vai rolar muito papo pelo MSN e posso pedir que ligue a web can..
- E se ele for um tarado?..
- Vou agradecer a Deus..
- kkkkkkkk .Não acredito no que estou ouvindo!A gente tá no fundo do poço mesmo, quero dizer, tu tá no fundo do poço...
- Não, a gente não tá. A gente pensa que tá.
- Amiga, cada vez te acho mais doida.Procura um terapeuta..
- E quando mulher encalhada precisa de terapeuta.Precisa de um homem..
- Homem? pela Internet? Sem carinho, sem toque, sem olhares...
- Mas tem uma coisa positiva que tu nem te deu conta:  não preciso nem  me depilar a virilha, aquela dor fininha e a posição de galinha sendo assada que faz anos não faço.Acho que a depiladora até perdeu meu telefone...sem falar na economia.!
-????????

Observação:Por favor não me peçam a identidade das moças.Eu morro negando!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

EU ME RENDO- POR DANUZA LEÃO


Quantas mentiras nos contaram; foram tantas, que a gente bem cedo começa a acreditar e, ainda por cima, a se achar culpada por ser burra, incompetente e sem condições de fazer da vida uma sucessão de vitórias e felicidades.
Uma das mentiras: é a que nós, mulheres, podemos conciliar perfeitamente as funções de mãe, esposa, companheira e amante, e ainda por cima ter uma carreira profissional brilhante.
É muito simples: não podemos.
Não podemos; quando você se dedica de corpo e alma a seu filho recém-nascido, que na hora certa de mamar dorme e que à noite, quando devia estar dormindo, chora com fome, não consegue estar bem sexy quando o marido chega, para cumprir um dos papéis considerados obrigatórios na trajetória de uma mulher moderna: a de amante.
Aliás, nem a de companheira; quem vai conseguir trocar uma idéia sobre a poluição da Baía de Guanabara se saiu do trabalho e passou no supermercado rapidinho para comprar uma massa e um molho já pronto para resolver o jantar, e ainda por cima está deprimida porque não teve tempo de fazer uma escova?
Mas as revistas femininas estão aí, querendo convencer as mulheres - e os maridos - de que um peixinho com ervas no forno com uma batatinha cozida al dente, acompanhado por uma salada e um vinhozinho branco é facílimo de fazer - sem esquecer as flores e as velas acesas, claro, e com isso o casamento continuar tendo aquele toque de glamour fun-da-men-tal para que dure por muitos e muitos anos.
Ah, quanta mentira!
Outra grande, diz respeito à mulher que trabalha; não a que faz de conta que trabalha, mas a que trabalha mesmo. No começo, ela até tenta se vestir no capricho, usar sapato de salto e estar sempre maquiada; mas cedo se vão as ilusões. Entre em qualquer local de trabalho pelas 4 da tarde e vai ver um bando de mulheres maltratadas, com o cabelo horrendo, a cara lavada, e sem um pingo do glamour - aquele - das executivas da Madison.
Dizem que o trabalho enobrece, o que pode até ser verdade. Mas ele também envelhece, destrói e enruga a pele, e quando se percebe a guerra já está perdida.
Não adianta: uma mulher glamourosa e pronta a fazer todos os charmes - aqueles que enlouquecem os homens - precisa, fundamentalmente, de duas coisas: tempo e dinheiro.
Tempo para hidratar os cabelos, lembrar de tomar seus 37 radicais livres, tempo para ir à hidroginástica, para ter uma massagista tailandesa e um acupunturista que a relaxe; tempo para fazer musculação, alongamento, comprar uma sandália nova para o verão, fazer as unhas, depilação; e dinheiro para tudo isso e ainda para pagar uma excelente empregada - o que também custa dinheiro.
É muito interessante a imagem da mulher que depois do expediente vai ao toalete - um toalete cuja luz é insuportavelmente branca e fria, retoca a maquiagem, coloca os brincos, põe a meia preta que está na bolsa desde de manhã e vai, alegremente, para uma happy hour.
Aliás, se as empresas trocassem a iluminação de seus elevadores e de seus banheiros por lâmpadas âmbar, os índices de produtividade iriam ao infinito; não há auto-estima feminina que resista quando elas se olham nos espelhos desses recintos.
Felizes são as mulheres que têm cinco minutos - só cinco - para decidir a roupa que vão usar no trabalho; na luta contra o relógio o uniforme termina sendo preto ou bege, para que tudo combine sem que um só minuto seja perdido.
Mas tem as outras, com filhos já crescidos: essas, quando chegam em casa, têm que conversar com as crianças, perguntar como foi o dia na escola, procurar entender por que elas estão agressivas, por que o rendimento escolar está baixo.
E ainda tem as outras que, com ou sem filhos, ainda têm um namorado que apronta, e sem o qual elas acham que não conseguem viver . Segundo um conhecedor da alma humana, só existem três coisas sem as quais não se pode viver: ar, água e pão.
Convenhamos que é difícil ser uma mulher de verdade; impossível, eu diria.

Parabéns para quem consegue fingir tudo isso...

Analise, terapia, você já fez alguma vez?


Sou da opinião que para duas pessoas se relacionarem, ambas devem ter alguma experiência do assunto ou, então, é melhor que nenhuma das duas tenha jamais sentado naquela poltrona que parece cômoda a princípio mas que após alguns segundos não se acha nunca a posição mais confortável e a bunda não para de se mexer inquietantemente.
Sofá eu nunca deitei, ao menos para falar de mim. Deitei em um, relaxadamente, mas na casa de amigas ou na minha mesmo para falar de tudo e todos, menos de mim.
Sinceramente, se eu tivesse um cargo de ministra da Saúde- não do governo Lula, por favor- faria um projeto para que todos, sem distinção de cor, credo,partido político, todos os cidadãos brasileiros, tivessem a possibilidade, a chance, de tratarem a “cuca”, o que diminuiria, acredito eu, a incidência de tantos doentes que temos de agüentar...começando pelos do governo.
Se antes de casar, de se relacionar, de se ter filhos, as pessoas se tratassem, estaríamos evitando crianças problemáticas no futuro, pois sabemos que pais doentes vão gerar uma cadeia interminável de seus problemas não resolvidos acrescidos da maneira como a criança vai vivenciar e entender os mesmos.
Por outro lado, fico pensando que se todos tivessem acesso à terapia, o país ia ser invadido por uma onda, quase um arrastão de pessoas que iriam se considerar aptas a entender do assunto e ficar “palpitando” sobre o porquê do fulano ter subido no ônibus com a perna direita e não com a esquerda.
Um parênteses: me lembrei de um papo entre duas pessoas populares dentro de um ônibus quando passava a novela “Viver a Vida” sobre o esquizofrênico que hoje é italiano na novela das 21.00 horas.
Dizia uma:
-eu depois que vi o capitulo de ontem acho que meu filho é psicopata(tinha uma psicopata na novela chamada Ivone)
Ao que a outra respondeu:
- Mas é melhor ser psicopata que aproveita bem a vida e ainda não sente culpa, que um esquizofrênico.Viu como o menino sofre?
-Melhor é a mãe dele que fica fazendo massagem e passando cremes...
E o papo fluía como se as duas fossem catedráticas no assunto, isto com o pouco conhecimento que uma novela traz a população.
Pena que precisei descer antes da conclusão a que ambas chegaram.
Eu já fiz terapia varias vezes, mas análise, nunca.
Dizem que nesta última, primeiro destroem a gente para, após, reconstruir.Começamos lá do alicerce a ser edificadas novamente. Já pensaram?
Como sou prática e odeio processos demorados e na época estava repleta de dúvidas sobre separo ou não separo procurei meu primeiro psiquiatra.
Entrei lá com um problema e saí com uma meia dúzia deles.
O cara era mais doido que eu. Disse que eu não queria assumir ser mãe, encarar o fato, não ter cacife prá maternidade e que estava colocando no casamento a culpa de minha incapacidade.Saí de lá como uma ventania.Em apenas 45 minutos ele conseguiu produzir um tsunami em minha cabeça.Sei que até hoje este cara se trata com outro doido.
Me esqueci o nome dele. Freud explica!
Anos depois com os filhos criados, mas continuando casada (a culpa foi deste sujeito pseudo-entendedor da alma humana que conseguiu em minutos de uma única sessão me transformar de vítima em carrasca) fui tentar a segunda terapia. Agora queria uma mulher.
Era muito agradável, eu gostava dela. Só que eu falava de tudo, gastronomia, empregada, vinhos, menos do que me levara lá.
Coitada, nos 45 minutos do tempo marcado por aquele relógio maldito eu reclamava da empregada, do marido, dos filhos, que tinha engordado,que tinha emagrecido, brigado com a sogra, ido fazer ginástica e, de quebra, falar de algumas mágoas e ressentimentos. Eu não esperava nada daquele tratamento mas colocarr meus problemas para fora já me ajudava, tanto quanto serve a confissão para os católicos praticantes. Tempos depois já levava biscoitos e uma garrafa de chá para o encontro ficar mais agradável, porque no seco ninguém agüenta falar só de problemas.
Não sei como após anos tomando chá um dia criei coragem de me separar. Lembram que era a minha intenção inicial desde o primeiro doido que me caiu nas mãos?
E me separei sem stress, sem culpa, sem idas e vindas, foi um hoje deu. Pega a mala e some.
Me achei o máximo.Cravei a bandeira no pico do Himalaia.Fiz a volta ao mundo num barquinho rodeada de tubarões.Completei o percurso Paris/ Dakar. Ganhei na Sena.
Filhos bem criados, hoje moro só. Faço o que quero, durmo esparramada na cama sem dividir espaço, não escuto ronco de ninguém, apago a televisão quando o filme fica chato, e não escuto futebol aos domingos- parece que hoje tem jogos em outros dias da semana .Pobres mulheres.
Só que agora surgiu um novo problema.
Casa nova começam a assoprar nos meus ouvidos:
-E quando vai me convidar para conhecer a casa nova?
- E quando é que vai me convidar para jantar?
Realmente, isso é o que fazem as pessoas civilizadas: um dia um convida, depois o outro retribui. Foi quando descobri que não sou uma pessoa civilizada e que receber para um jantar, por mais íntimos que sejam os convivas para mim se torna um sacrifício. Fiz comidinha especial para marido e filhos 25 anos da minha vida.
-Só a mãe faz bem, a empregada não faz direito.
E lá ia eu para a cozinha agradar a família.
Depois que me separei só compro pratos congelados e ligo o micro. Coisa bem boa!
Não preciso dizer que após insistentes convites para eu receber e abrir as portas de minha casa fui em busca de um novo psiquiatra. Só para falar sobre isso. Parece banal? Para mim virou tormento.
Ele ouviu todas as minhas razões sem dizer palavra nenhuma: medo da comida não ficar boa pois havia perdido a receita, de fazer muita ou pouca pois havia perdido a idéia de quantidade ou de exagerar e sobrar sobremesa para eu ficar uma semana tentando acabar com ela, fato que iria me deixar uma bola de gorda.
No final, ouvi dele apenas uma frase redentora e tranquilizante:
-Se você não gosta de dar jantares ou almoços, não dê.
Prá que!Foi a minha libertação. Foi como ao subir no ônibus com a perna que eu escolhi, aleatoriamente, não me preocupar se alguém achava que deveria ser com a outra.
A partir desse dia, nunca mais precisei perguntar a ninguém se devo ou não devo fazer alguma coisa. Pergunto a mim mesma e o assunto está resolvido. E estou muito feliz assim – pelo menos por enquanto.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

MULHER SEPARADA!

Uma mulher tem muitas vidas e alguns maridos. A primeira separação é sempre muito triste; aliás, todas são. Costumam ser de três tipos: ou porque não deu – e se sofre muito; ou porque ele a largou por outra – e se sofre muito; ou porque você o largou por outro – e aí também se sofre muito.

A lição que recebi na vida foi: seja independente para nunca precisar financeiramente de marido – nem de ninguém – e para poder dizer não a hora que quiser, a quem quiser. Grande lição, e cumprida à risca.
E você? Passou uns dois anos sem saber se devia ou não se separar. Afinal, não tinha razão grave para tomar essa decisão, mas, de uns tempos para cá, o casamento andava sem graça e estava claro que não era feliz. Sabia que tinha que enfrentar a família, os filhos e o próprio, que ia levar o maior susto. Tinha chegado a hora, e no dia em que ele saiu de casa pensou: “Ufa!” A primeira providência que tomou foi mudar o segredo da fechadura: ex-maridos saem de casa, mas voltam e enfiam a chave na porta (para ver as crianças). Agora é uma mulher livre. Ainda vai enfrentar chantagens e baixarias quando chegar o capítulo separação dos bens, que inclui da tesourinha ao DVD, da cartela de Lexotan aos discos, essas coisas. Ele é capaz de querer dividir até o faqueiro e a louça – afinal, vai ter que montar casa e foi você quem quis se separar. Deixe. Deixe levar o que bem entender para evitar a discussão que ele tanto quer. Deixe pensando na delícia que vai ser morar sem nada e comprar tudo novo aos pouquinhos.
A próxima providência é trocar a cama. A nova deve ser menor, mas não tão pequena que não caibam dois, você e o futuro namorado. Quando o amor é novo, a gente gosta de dormir juntinho. Por isso, 1,20 metro de largura é suficiente. Encoste a nova cama na parede, como se fosse um sofá. Quando seu ex vier buscar as crianças para o fim de semana e subir – eles sobem sempre –, vai achar que uma cama menor significa que você encerrou sua vida sexual; mal sabe ele. Eles saem, e você se vê, depois de anos, inteiramente só. E, por mais que ame os filhos, nada melhor do que às vezes passar um fim de semana sem eles.
O que faz uma mulher nessa hora? Uma vodca, claro. Espichada no sofá da sala, você se lembra de tudo pelo que passou para esse momento chegar e poder tomar quantas vodcas quiser, de calcinha e sutiã, ouvindo um CD. Com ele não podia fazer isso, claro. (Danuza Leão)

Carta à gordura localizada!


Enfim, consegui localizar você – pensou que ia escapar de mim? Você se esconde atrás dessa fofura inocente, mas notei que alguém andava distorcendo minha imagem pelas costas e resolvi ficar de olho. Todo mundo que vê você em algum lugar, ou é apresentado a você de alguma maneira, acaba com uma opinião ruim a meu respeito. Coisa feia, Gordurinha.

Para começar, se não fosse eu, você nem existiria. Eu a alimento, levo-a para viajar, cubro você com as melhores roupas. Pago uma massagista especialmente para você duas vezes por semana. Compro cremes para você no exterior.
Quer chamar a atenção? Quer aparecer sozinha? Então, por gentileza, suma da minha presença. Chega de me encher com o seu exagerado exibicionismo. Você cansa a minha beleza.
Saiba que eu sou muito maior que você e já venci detratores imensamente piores. Parto para a faca se for necessário. Isso é uma ameaça? Sim, é. Você está na minha lista negra a partir de hoje. E, se insistir em me atrapalhar, eu simplesmente contrato alguém para acabar com você.
Lembra daquele seu amiguinho francês, o Culote? Sabe por que ele de repente desapareceu de circulação? Pergunte a ele o que significa ter uma pessoa como eu como inimiga.
Ou você toma jeito e descobre o próprio espaço, deixando de interferir na minha vida, ou vai lamentar o dia em que se meteu comigo. Sei tudo sobre você, esqueceu? Que você veio do interior no lombo de um boi e acabou atração de churrascaria. Que freqüentou os piores lugares antes de começar a ser vista comigo. Que esteve envolvida no Escândalo dos Pneuzinhos, escapando por pouco da “limpa” que se seguiu.
Vou queimar você de todas as maneiras, pode se preparar. Conheço bem a sua região e vou atrás das suas verdadeiras origens, onde elas estiverem. Quero ver você suando na frente do espelho.
Sempre desconfiei de você, sabia? Uma coisa de pele. Mas eu era muito jovem para entender os perigos de sua companhia. Essa sua mania de grudar nas pessoas e ficar em volta delas sugando as suas energias. Esse seu jeitinho meigo, de quem não quer incomodar, mas não tem onde ficar – bem coisa de mulherzinha.
Amigas minhas já haviam passado por problemas com você, tendo que eliminá-la. Contaram-me do caso de uma mulher que conhecia você das festinhas de aniversário das crianças e depois pegou você e o marido se esfregando na cama. Eu demorei para perceber a sua face ingrata.
Gordurinha, é o seguinte: quero que você vá embora daí, desse lugar, o mais rápido possível. Ele é meu, herdado da minha família, e não vou deixá-lo à mercê de seus maus-tratos e excessos. Dou um mês para você providenciar a mudança, porque sei que tenho um pouco de culpa de você ter se alojado aí tão folgadamente. Mas agora acabou a boa vida.
Sinceramente,

Fernanda Young

Caro pênis...




Tenho notado você olhando torto para mim. Às vezes, basta eu chegar e você se levanta. Por acaso, você tem algum problema pendente comigo?O fato de nós estarmos em lados opostos não nos faz inimigos. Ao contrário, guardo um espaço especial para você, dentro de mim, e seria ótimo se pudéssemos nos unir em prol de algumas novas conquistas. Os atritos, como em qualquer relação, são normais e bem-vindos.Você me acusa de ser difícil, mas não conheço personalidade mais instável que a sua. Quando eu quero conversar, você se recolhe. Quando canso de tentar, você se anima. Quando finalmente penso entender aonde você quer chegar, você se coloca numa posição diferente.Sei que a vida talvez lhe pareça mais dura, já que é de você que são cobrados rendimento e desempenho. Mas o mundo não gira em torno da sua existência como você pensa. Diria até que, nas horas mais tensas, você sempre dá um jeito de ficar de fora. Até no momento em que sua participação se faz mais necessária, a continuidade da espécie, você se limita a entrar com metade da matéria-prima e deixa o resto para lá.Dizem que eu tenho inveja de você - mas inveja de quê, afinal? Você, desculpe, está longe de ser bonito. Trabalha num ramo de atividade sem o mínimo charme: a remoção de detritos. Mora num lugar abafado, onde o sol nunca bate. Freqüenta locais escusos, de reputação duvidosa, em busca de um tipo de divertimento que já se encontra à mão, em sua própria casa. E aquele seu melhor amigo, convenhamos, é um saco.Mesmo assim, quero frisar, tenho por você imensa consideração e simpatia. Mais que isso - sempre busquei a sua aprovação de alguma forma, atrás de sinais de que estaria lhe agradando. Você, por sua vez, nem sequer disfarça seu completo egocentrismo. Fazendo-se de sonso e sumindo após satisfazer as suas necessidades.Você se diz sensível, porém jamais se preocupa com o que o outro está sentindo. Quer apenas ocupar o seu espaço e atingir as suas mesmas velhas metas de crescimento. Deveria tentar aumentar suas expectativas, ampliar seus horizontes, investir na sua cultura. Qual foi a última vez que você viu um filme decente?Sei que dificilmente vou conseguir abalar sua enorme auto-estima, mas, sob o meu ponto de vista, você não passa de um solitário, perdido em sonhos impossíveis e cercado por uma situação bastante enrolada. Acha-se o máximo, superextrovertido e revela-se um bobo alegre com pinta de seboso. Um cabisbaixo baixinho carente, o tempo todo em busca de qualquer carinho.Disponho-me a ajudá-lo, colega, caso você reconheça seus defeitos e fraquezas. Posso até te indicar um bom analista. Somente recuso-me a continuar a ser cúmplice na perpetuação de um equívoco.Você não é melhor que ninguém, temos o mesmo tamanho nesta história - de fato, se você cabe em mim, sou necessariamente maior do que você.
(Fernanda Young é escritora, roteirista e apresentadora de TV.)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

DILMA OU SERRA?

OS GRANDES ARREPIOS
Arnaldo Jabor, O Estado de S.Paulo 17/08/2010



Hoje começa o circo da propaganda eleitoral, o desfile de horrores da política brasileira. Os dois carros-chefes do desfile, Dilma e Serra, correrão na frente de um trem fantasma de caras e bocas e bochechas que traçam um quadro sinistro do Brasil, fragmentado em mil pedaços - o despreparo, a comédia das frases, dos gestos, das juras de amor ao povo, da ostentação de dignidades mancas.
Os candidatos equilibram bolas no nariz como focas amestradas, dão "puns" de talco, dão cambalhotas no ar como babuínos de bunda vermelha, voando em trapézios para a macacada se impressionar e votar neles. Os candidatos têm de comer pastéis de vento, de carne, de palmito, buchada de bode e dizer que gostaram, têm de beber cerveja com bicheiros e vagabundos, têm de abraçar gordos fedorentos e aguentar velhinhas sem dente, beijar criancinhas mijadas, têm de ostentar atenção forçada aos papos com idiotas, têm de gargalhar e dar passinhos de "rebolation" quando gostariam de chorar no meio-fio - palhaços de um teatrinho absurdo num país virtual, num grande pagode onde a verdade é mentira e vice-versa.
Ninguém quer o candidato real; querem o que ele não é. A política virou um parafuso espanado que não rola mais na porca da vida social, mas todos fingem que só pensam no povo e não em futuras maracutaias.
Arrepios voltaram. Ninguém sabe o que vai acontecer. Só nos resta o mau ou bom agouro, o palpite, a orelha coçando, o cara ou coroa. Meu primeiro arrepio foi em 54. Estou do lado do rádio e ouço o Repórter Esso: "O presidente Vargas acaba de se suicidar com um tiro no peito!" O mundo quebrou com o peito de Getúlio sangrando, as empregadas correndo e chorando.
Estou no estribo de um bonde, em 61. "O Jânio Quadros renunciou!", grita um sujeito. Gelou-me a alma. Afinal, eu votara pela primeira vez naquele caspento louco (o avô "midiático" do Lula), mais carismático que o careca do general Lott. Eu já sentira arrepios quando ele proibiu biquínis nas praias. Tínhamos elegido um louco - não seria o único...
Em 64, dias antes do golpe militar - o comício da Central do Brasil. Serra também estava, falando, de presidente da UNE. Clima de vitória do "socialismo" que Jango nos daria (até para fazer "revolução" precisamos do governo...). Tochas dos bravos operários da Petrobrás, hinos, Jango discursando, êxtase político: seríamos a pátria do socialismo carnavalesco. Volto para casa, eufórico, mas, já no ônibus, passando no Flamengo, vejo uma vela acesa em cada janela da classe média, em sinal de luto pelo comício de "esquerda". Na noite "socialista", cada janela era uma estrelinha de direita. "Não vai dar certo essa porra..." - pensei, arrepiado. Não deu.
Ainda em 64, festa do "socialismo" no teatro da UNE. 31 de março, 11 da noite. Elza Soares, Nora Ney, Grande Otelo comemoram o show da vitória. No dia seguinte, a UNE pegava fogo, apedrejada por meus coleguinhas fascistas da PUC. Na capa da revista O Cruzeiro, um baixinho feio, vestido de verde-oliva me olha. Quem é? É o novo presidente, Castelo Branco. Corre-me o arrepio na alma: minha vida adulta foi determinada por aquele dia. O sonho virou um pesadelo de 20 anos.
Depois, vem o Costa e Silva, outro arrepio, sua cara de burro triste e, pior, sua mulher perua brega no poder. Aí, começaram as passeatas, assembleias contra a ditadura. Costa e Silva tinha alguns traços populistas e resolveu dialogar com os líderes do movimento democrático. Uma comissão vai conversar com o presidente. Aí, outro absurdo - os membros da comissão se recusam a vestir paletó e gravata na entrada do palácio: "Não usamos gravatas burguesas!" e o encontro fracassa. Ninguém lembra disso; só eu, que sou maluco e olho os detalhes.
Tancredo entrou no hospital e arrepiou-me o sorriso deslumbrado dos médicos de Brasília no Fantástico, amparando o presidente como um boneco de ventríloquo; tremeu-me o corpo quando vi que nossa história fora mudada por um micróbio em seu intestino.
Arrepiou-me ver o Sarney, homem da ditadura, posando de "oligarca esclarecido" na transição democrática, com seu jaquetão de "teflon", até hoje intocado. Assustei-me com a moratória de 87, aterrorizou-me a inflação de 80% ao mês. E, depois, vejo a foto do Collor na capa da Veja - com todo mundo dizendo: "Ele é jovem, bonito, macho...", revirando os olhos numa veadagem ideológica. Foi um período tragicômico, com a nação olhando pela fechadura da "Casa da Dinda" para saber do seu destino. Depois o período do "impeachment", dos caras-pintadas, num breve refresco dos arrepios. Durante Itamar, a letargia jeca-tatu, só quebrada pela mudança na economia com o Plano Real que FHC fez (que depois foi roubado pelo Lula, claro...). Aí, 1994, o ano da esperança, Brasil tetra na Copa e um grande intelectual de esquerda subindo ao poder. Mas meu arrepio histórico logo voltou, quando vi que a Academia em peso odiava FHC por inveja e rancor, criando chavões como "neoliberalismo", "alianças espúrias" (infantis, comparadas com a era Lula). Os radicais de cervejaria ou de estrebaria não deram um escasso crédito de confiança a FHC que veio com uma nova agenda, para reformar o Estado patrimonialista.
Durante o mandato, o próprio governo FHC cometeu seu erro máximo que até hoje repercute - não explicou didaticamente para a população a revolução estrutural que realizava: estabilização da economia, lei de responsabilidade fiscal, privatizações essenciais, consolidação da dívida interna, saneamento bancário que nos salvou da crise de hoje, telefonia, tudo aquilo que, depois, Lula desapropriou como obra sua. É arrepiante ver a mentira com 80% de ibope.
Arrepiou-me a morte de Sergio Motta, Mário Covas e Luís Eduardo Magalhães, levando para o túmulo a autoestima do PSDB, o partido que se esvai e apanha calado.
Hoje, estamos diante do mistério: Dilma ou Serra? Teremos a sabotagem radical de tropas pelegas impedindo Serra de governar ou o "revival" do arremedo de socialismo que já era ridículo em 63? Arrepio-me.

domingo, 22 de agosto de 2010

BRASIL, QUE PAÍS É ESTE?

Escrito em 1896...e parece que tudo continua igual...


"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e

sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de

vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a

energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as

moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem,

nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque

sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um

lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro

de lagoa morta. [.]


Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não

descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter,

havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública

em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a

infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provem

que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral,

escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro [.]


Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado

de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela

abdicação unânime do País. [.]


A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de

fazer dela saca-rolhas;

Dois partidos [.] sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes,

[.] vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos

nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades

do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão

que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma

sala de jantar."

Guerra Junqueiro, "Pátria", 1896

sábado, 21 de agosto de 2010

VAMPIROS DE ENERGIA:

 São pessoas que nos derrubam literalmente. O vampiro pode estar ao seu lado!São pessoas de nosso relacionamento diário.

Pode ser nosso irmão(a), marido/esposa, empregado, familiar, amigo de trabalho. vizinhos, gerente do banco, ou seja, qualquer pessoa de nosso convívio, que está roubando nossas energias, para se abastecer. Eles roubam nossa energia vital. Mas, por que estas pessoas sugam nossa energia, afinal?

Bem, em primeiro lugar a maioria dos Vampiros de Energia atuam inconscientemente, sugando a energia de suas vítimas, sem saber o que estão fazendo.

O vampirismo ocorre porque as pessoas não conseguem absorver as energias das fontes naturais (cósmicas, telúricas, etc), tão abundantes, e ficam desequilibradas energeticamente.

Quando as pessoas bloqueiam o recebimento destas energias naturais (ou vitais), elas precisam encontrar outras fontes de energia mais próxima, que nada mais são do que as outras pessoas, ou seja, você.

Na verdade, quase todos nós, num momento ou outro de nossas vidas, quando nos encontramos em um estado de desequilíbrio, acabamos nos tornando Vampiros de Energia alheia.

Tipos de vampiros:

a) Vampiro Cobrador: Cobra sempre, de tudo e todos. Quando nos encontramos com ele, já vem cobrando o por que não lhe telefonamos ou visitamos. Se você vestir a carapuça e se sentir culpado, estará abrindo as portas.
O melhor a fazer é usar de sua própria arma, ou seja, cobrar de volta e perguntar por que ele não liga ou aparece. Deixe-o confuso, não o deixe retrucar e se retire rapidamente.

b) Vampiro Crítico: é aquele que critica a tudo e a todos, e o pior que é só critica negativa e destrutiva. Vê a vida somente pelo lado sombrio. A maledicência tende a criar na vítima um estado de alma escuro e pesado e abrirá seu sistema para que a energia seja sugada.
Diga "não" às suas críticas. Nunca concorde com ele. A vida não é tão negra assim. Não entre nesta vibração. O melhor é cair fora e cortar até todo o tipo de contato.

c) Vampiro Adulador: é o famoso "puxa-saco". Adula o ego da vítima, cobrindo-a de lisonjas e elogios falsos, tentando seduzir pela adulação. Muito cuidado para não dar ouvidos ao adulador, pois ele simplesmente espera que o orgulho da vítima abra as portas da aura para sugar a energia.

d) Vampiro Reclamador: é aquele tipo que reclama de tudo, de todos, da vida do governo, do tempo, etc. Opõe-se a tudo, exige, reivindica, protesta sem parar. E o mais engraçado é que nem sempre dispõe de argumentos sólidos e válidos para justificar seus protestos. Melhor tática é deixá-lo falando sozinho.

e) Vampiro Inquiridor: sua língua é uma metralhadora. Dispara perguntas sobre tudo, e não dá tempo para que a vítima responda, pois já dispara mais uma rajada de perguntas. Na verdade, ele não quer respostas e, sim, apenas desestabilizar o equilíbrio mental da vítima, perturbando seu fluxo normal de pensamentos.
Para sair de suas garras, não ocupe sua mente à procura de respostas. Para cortar seu ataque, reaja fazendo-lhe uma pergunta bem pessoal e contundente, e procure se afastar assim que possível.

f) Vampiro Lamentoso: são os lamentadores profissionais, que anos a fio choram sua desgraças. Para sugar a energia da vítima, ataca pelo lado emocional e afetivo. Chora, lamenta-se e faz de tudo para despertar pena. È sempre o coitado, a vítima.
Só há um jeito de tratar com este tipo de vampiro, é cortando suas asas. Corte suas lamentações dizendo que não gosta de queixas, ainda mais que não elas não resolvem situação alguma.

g) Vampiro Pegajoso: investe contra as portas da sensualidade e sexualidade da vítima. Aproxima-se como se quisesse lambê-la com os olhos, com as mãos, com a língua. Parece um polvo querendo envolver a pessoa com seus tentáculos. Se você não escapar rápido, ele irá sugar sua energia em qualquer uma das possibilidades:
Seja conseguindo seduzi-lo com seu jogo pegajoso, seja provocando náuseas e repulsa. Em ambos os casos você estará desestabilizado, e, portanto, vulnerável. Saia o mais rápido possível. Invente uma desculpa e fuja rapidamente.

h) Vampiro Grilo-Falante: a porta de entrada que ele quer arrombar é o seu ouvido. Fala, absoluto, durante horas, enquanto mantém a atenção da vítima ocupada, suga sua energia vital. Para livrar-se, invente uma desculpa, levante-se e vá embora.

i) Vampiro Hipocondríaco: cada dia aparece com uma doença nova. Adora colecionar bula de remédios. Desse jeito chama a atenção dos outros, despertando preocupação e cuidados. Enquanto descreve os pormenores de seus males e conta seus infindáveis sofrimentos, rouba a energia do ouvinte, que depois sente-se péssimo.

j) Vampiro Encrenqueiro: para ele, o mundo é um campo de batalha onde as coisas só são resolvidas na base do tapa. Quer que a vítima compre a sua briga, provocando nela um estado raivoso, irado e agressivo. Esse é um dos métodos mais eficientes para desestabilizar a vítima e roubar-lhe a energia.
Não dê campo para agressividade, procure manter a calma e corte laços com este vampiro.


Agora que você já conhece como agem os Vampiros de Energia, vá a caça deles, ou melhor, saia fora deles o mais rápido possível .
Mas, não esqueça de verificar se você, sem querer, é obvio, não é um destes tipos de Vampiro...

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Devaneios etcétera e tal...: Aconteceu comigo ontem.O que podemos fazer?

Devaneios etcétera e tal...: Aconteceu comigo ontem.O que podemos fazer?: "Nosso país está em processo de decomposição e ninguém reclama do odor fétido que inala. Mas enquanto isto não ocorre muitos jovens continua..."

Aconteceu comigo ontem.O que podemos fazer?

Nosso país está em processo de decomposição e ninguém reclama do odor fétido que inala.

Mas enquanto isto não ocorre muitos jovens continuarão a ser estuprados, outros assassinados, e os pais que os perdem se mantendo em pé com a ajuda de aparelhos fictícios que lhe forneçam ar para poder continuar respirando.
Hoje morrer é ridículo de tão fácil, quem não foi seqüestrado, assaltado, violentado está fora de moda.
Você não acabou ainda de ler o livro de Proust ou Paulo Coelho (quis aqui colocar os dois lados extremos da literatura), de abrir a última Marie Claire para ver as tendências, ou virar as páginas da Zero Hora para saber quem foi o sorteado num concurso ou para a morte, faça logo, pois amanhã poderá ser tarde demais, pois basta virar a esquina errada, entrar na rua à direita e não a da esquerda, abrir o portão de sua casa com mais tranqüilidade, atender a um telefonema que nem era endereçado a você e...
E é sobre este último que quero tratar, porque os outros já foram tão falados e debatidos e até agora ninguém achou a solução, ou nem se interessou por achá-la. Até que algo aconteça com um familiar seu.
Já não sou tão moça , mas quero enfatizar que criei meus filhos sob a égide deste pânico de sobrevivência, levando e buscando no colégio para não roubarem a camiseta, os tênis, os óculos evitando assim que fossem mortos por estas banalidades; já busquei das baladas para que um amigo não os trouxesse após ter ingerido álcool em demasia e sofrerem um acidente desnecessário, já cansei de conversar,quando adolescentes, sobre más companhias , sexo seguro, bebidas, drogas..
E hoje com eles adultos me enfio em casa antes que escureça, pois nos passam a idéia, lêdo engano, que os assassinos começam a agir quando as luzes da cidade acendem e precisamos ir para a toca, nos enfurnar por trás das grades , das cercas elétricas, enfim, nos resguardar do perigo.
Bem, são 19.30 horas,de uma quinta- feira qualquer, já me encontro dentro de meu apartamento, na frente do computador, celular ao lado sempre ligado em conexão com o mundo lá fora, portaria 24 horas que me dá uma pseudo segurança, cercas elétricas acionadas...e eis que dentro desta redoma impenetrável toca o celular e a voz da minha filha, que a esta hora deveria estar saindo do consultório para ir a um curso, desesperada, me diz aos prantos:
-Mãe estou sendo assaltada.Tem um revólver na minha cabeça.
Neste momento a voz de um homem intercepta a ligação e me diz de maneira simples como pedir uma coca zero no bar da esquina, que se eu não der dinheiro a ele, minha filha vai virar presunto e que eu decida já – ou dá ou desce- na linguagem popular.
Retornei naquele instante à época do vestibular na prova de gramática, dificílima por sinal, que dependendo da cruzinha errada no círculo eu estava dentro ou fora da faculdade.
Procurei me acalmar, me lembrar de todos os e-mails que recebi me alertando dos trotes que estavam passando para os menos avisados, mas a voz era dela, eu juro, o celular também não respondia (enquanto falava com o cidadão ligava do meu telefone residencial prá ela) e eu precisava me certificar que era um grande mentira aquele pesadelo todo.
E nestes minutos que pareceram horas , minha dúvida permanecia como no dia do meu vestibular de colocar a cruz no parênteses a, b ou c só que a diferença era que o meu erro seria a cruz definitiva na vida dela.
O celular não atendia e eu cada vez mais tendo a certeza que era tudo verdade, que não se tratava de um trote de dentro de uma penitenciaria no Amapá, Rio de Janeiro ou nos confins do inferno, onde o cabra da peste digitou por um azar o meu número. Eu juro que se tivesse dinheiro teria saído ensandecida para colocá-lo na conta laranja do tal bandido. Eu só queria ver o sorriso e a voz de minha filha de novo!Mas nem dinheiro eu tinha como 90% dos brasileiros.
Disse ao tal homem que não tinha a grana que ele me pedia ao que me respondeu que não se comovia com histórias tristes e que a vida da minha filha dependia do meu sim ou não. Para ele era uma a mais ou a menos, apenas!
Enquanto isto tentava insistentemente ligar para o celular dela tentando ganhar tempo com aquele maldito homem que veio me tirar a paz dentro de minha própria casa.
Foram os piores cinco minutos da minha vida. Era a escolha de Sofia.
Quando ele me disse que não tinha mais paciência e ia matá-la ela atende o celular com a maior tranquilidade e me diz:
- Estava em atendimento por isto não retornei aos teus telefonemas. O que houve?
Neste momento meu parto de cócoras foi um sucesso.A criança nasceu foi colocada no meu regaço e deu o grito de vida!
Respondi, neste momento, ao sujeito do outro lado da linha, assim como alguém que recebe uma “cola” certeira na última hora da prova:
-pode matá-la.
E desliguei.
Enquanto minha respiração voltava ao normal, meu coração retornava ao peito, aparecia na tela da televisão a cara dos candidatos ao próximo pleito com suas eternas promessas não cumpridas.
Naquela noite, pedi a ela algo inusitado:
-Vem dormir com a mãe como fazíamos quando  eras pequena?
E dormimos abraçadas e eu agradecendo por tudo que não aconteceu!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

POR QUE SOU FÃ DO DAVID COIMBRA!

O David Coimbra é um jornalista gaúcho, que consegue dizer tudo que quer a respeito de qualquer assunto mas de maneira tão engraçada que nunca ofende nem a mãe do Juiz(ele é comentarista esportivo) e se vier a ofendê-la pode ter certeza que  o juiz não vai se  incomodar. Como? Porque ele tem o dom de escrever de tal forma que o pior desacato vira piada e como toda piada boa a gente ri no final.
Ontem aqui em P.Alegre foi um fuzuê em relação a colorados e gremistas e por isto me lembrei dele e fui buscar nos meus alfarábios uma crônica que ele escreveu para os psicólogos há muito tempo atrás(me interessei porque tenho uma filha no ramo) e guardei pensando em enviar a ela.
Olha só como tenho razão sobre elogiar o cara!

EU? VIVÍPARO?

Uma vez me chamaram de vivíparo. Fiquei chateado. Não que tenha algo contra os vivíparos, não tenho, até os acho simpáticos. Mas que mania é essa de dizer quem sou ou o que devo fazer?
Tem sido assim a vida toda. As pessoas gostam de classificar as outras pessoas. Sou um grande mamífero; certo. Bípede; tudo bem. Jornalista, filho da dona Diva, pai do Bernardo; até aí estamos no terreno das exatas. Mas e quando vem um gaiato e pergunta se sou um machista ou um tarado ou um comunista ou um neoliberal ou qualquer outra coisa? Tudo muito subjetivo. Aí tenho que ficar me explicando. O que é inútil. Aquela pessoa já me rotulou, catalogou e arquivou na pasta, digamos, dos machistas. E de vez em quando ela vem e reclama:
- Você não pode ser machista, você é um formador de opinião.
Eu? Formador de opinião? Por Deus: nunca formei uma única opinião até hoje. Não que não tenha tentado. Minha mãe, por exemplo, às vezes tento formar a opinião dela. Não consigo. Ela não concorda comigo. Meus amigos, volta e meia esforço-me para dar uma formada nas opiniões deles. Em vão. Eles não mudam um milímetro de ideia. E os leitores. Jamais um leitor admitiu que formei a opinião dele. Não. O leitor vem e diz:
- Que legal aquilo que você escreveu. É exatamente o que eu penso!
Ou seja: ele concordou com a minha opinião porque é a opinião DELE. Ele só concorda com ele mesmo. Logo, não preciso dar explicação sobre o que sou ou deixo de ser. Não faz diferença.
Mesmo assim, admito que às vezes é interessante ouvir a opinião dos outros sobre quem sou. Sobretudo das autoridades.
Em quase todas as empresas nas quais trabalhei, tive de participar de cursos, e aí já estamos na categoria das coisas que as pessoas querem que eu faça. Cursos. Pois bem. Esses cursos, eles são muito interessantes. Uma vez me colocaram num curso de Excel. É um programa de computador aí. Não lembro exatamente como funciona, mas parece ser bastante útil para administradores e tal.
Também assisti a inúmeros cursos de gestão, e foi neles que ouvi opiniões de autoridades sobre a minha pessoa. Por autoridades refiro-me a psicólogos. É espantosa a capacidade dos psicólogos. Havia uma época em que os psicólogos lhe davam uma folha de papel e um lápis e mandavam que você desenhasse uma árvore. O truque era desenhar o chão sob a árvore. Se você não desenhasse o chão, seria reprovado. Todo mundo sabia disso do chão, você tinha de passar por um teste psicológico e as pessoas advertiam:
- Não esquece de desenhar o chão! Tem que desenhar o chão!
Desenhei muito chão em teste psicológico. Depois, imagino que os psicólogos tenham percebido que a história do chão estava manjada e mudaram tudo. Eles agora pegam você e alguns dos seus colegas e colocam todos em uma sala. Depois, dividem a turma em grupos, como no colégio. Dão tarefas para cada grupo: montar uma casa de Lego, formar um tabuleiro de xadrez com algumas peças de madeira, caminhar de olhos fechados sobre uma linha pintada no chão. Você passa 40 minutos fazendo essas coisas e depois disso os psicólogos dizem quem é você, se pode ou não ser chefe, se deve ser demitido ou promovido. Tudo com base na ciência. Impressionante.
Conheço algumas pessoas que foram largadas no meio do mato pelos professores de cursos de gestão, outros que foram obrigados a jogar rúgbi. Terminados os cursos, eles voltaram para suas empresas transformados em ótimos chefes. Ciência pura. Impressionante.
Mesmo assim, estou cansado de todas as pessoas que me dizem o que fazer ou o que sou. Não me importo nem se elas tiverem razão. Um vivíparo? Eu? Não venham me rotular. Não venham me dizer o que fazer. Falem por vocês mesmos.

Mudando conceitos...



Com esta interpretação linda ficará mais tênue o texto para pensar e repensar nossos conceitos:

Foi muito sem querer, na festinha de aniversário de sua filha. Observando os presentes, minha amiga se deu conta de como uma mulher é feita. No aniversário de seu menino, outros presentes: jogos lógicos, carrinhos, livros. Sua filha recebeu bichinhos, bonecas, vestidos, estojos de maquiagem. Mulher é uma instituição histórica. Tal como a conhecemos, é muito mais costela da cultura que da natureza.

Ao menino jogos, carrinhos, livros. Quem fez de tais coisas objetos de varão? A cultura. Um quarto azul para ele, um rosa para ela. Jogos para o cérebro. Carrinhos de tecnologia. Livros para os saberes. Aliás, salvo os culinários, é mister manter as mulheres longe dos segredos. Na maçonaria, por exemplo. Ou na Igreja Católica, onde podem servir, rezar, limpar, bordar a estola e quarar o manutérgio. Tudo, menos participar da hierarquia. Para justificar essa declarada preferência de Deus pelo sexo masculino, a teologia produziu os mais estrambóticos silogismos.

Minha amiga observa os presentes de sua filha. Ela precisa ser meiga, doce, bonita. Essa é a idéia de menina que os convidados à festa reafirmam. A filha de minha amiga, mesmo sem saber de feminino e masculino, vai aprendendo a conformar-se – isto é adquirir a forma da fôrma – ao mundo pronto. Bonecas. Claro, maternidade. E, se por um descuido da natureza, ela não puder fazer-se mãe, terá de administrar a frustração imposta por si mesma, e pelo meio. Milhares de anos depois de Sara, não ter filhos ainda é um castigo divino. Um castigo não expresso, mas dolorosamente tácito e ácido, implícito e lícito. Ai das estéreis!

Mulheres bem sucedidas tornam-se devoradoras de homens ou fagocitam o masculino. Para vencer os machos, as armas de varões. Se muito femininas, perdem credibilidade e o cargo. Os homens usam ternos para serem respeitados, as mulheres terninhos. Prostituta ou santa. Sob o homem ou acima dele. Lado a lado não?

O mundo público é assaz masculino. É o mundo da razão, da lei, da guerra, da objetividade. Às mulheres o confinamento dos espaços privados. É preciso controle, e não apenas da fêmea como indivíduo da raça. Características femininas como a solidariedade e a amorosidade foram banidas da hierarquia e da lógica públicas. Destruição do meio ambiente, guerras, racionalidade muita, ternura pouca. É o império patriarcal.

Uma mulher não se faz sob jugo e desterro. Uma mulher se faz deixando-a bordar todos os tecidos sociais. Uma mulher se faz permitindo-a cozinhar tenra e ternamente política e ciência. Jamais haverá rosto humano sem a face feminina.

Mulheres, que dão à luz, amamentam e, ainda, educam meninos e meninas, mais do que ninguém, sabem: pequenos gestos podem estar grávidos de grandes mudanças. E, se o sonho de um mundo diferente para seus filhos tornar-se causa de insônia, podem começar a pensá-lo na próxima festinha de aniversário.(P.M)

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Qual a idade para ser feliz?

Ninguém se conhece direito até passar dos 30. Tem gente que não se conhece mesmo beirando os 70, mas aí é outra história. Antes dos 30, somos apenas um sonho. Um desejo com várias direções. E muita esperança a tiracolo. Até os 30, estamos definindo o que queremos. O que gostamos. O que vamos ser. Não há limites para os planos. Para o número de namorados. Nem para a quantidade de erros.

Depois dos 30, continuamos errando. Continuamos não sabendo. Continuamos esperando. Mas, pelo menos, temos uma breve idéia de onde queremos chegar. Não é fácil, eu admito. Existe uma pressão no mundo para que você se torne só uma coisa: GENTE GRANDE. Aí, meu querido, começa a batalha... Você TEM que ter um diploma, uma carreira, um namorado, um casamento, um filho, um cachorro. (Mesmo que não seja a lista dos sonhos de sua vida). Você tem que cortar o cabelo, tirar o piercing, encompridar a saia, comprar um biquíni maior, aposentar suas calças rasgadas e blusas de banda. (Apesar de achar seu novo “eu” um tanto quanto demodê).

Aonde isso vai parar? Já conto. Um dia, quando menos se espera, você se enxerga... um chato! Percebe que confundiu responsabilidade com falta de espontaneidade. E encontra sua criança interior puta da vida, num castigo que você mesma criou. ESTOU ERRADA? Pode ser. É preciso muito equilíbrio para saber a hora de não se levar tão a sério. Mas, criança grande que sou, ainda acho que os 30 são a melhor coisa do mundo. Que se danem as contas, as rugas e demais amolações. As paranóias dos 20 (finalmente!) acabaram. Agora você é um ser sublime e sem espinhas. E – digam o que quiserem! – você nunca mais vai morrer de amor. INVENÇÃO MINHA? Não, acho que não. Depois dos 30, a gente sofre com mais dignidade. A gente sabe que toda dor passa. E entende que – tirando a morte e a lei da gravidade – tudo tem conserto.

Se eu gostaria de voltar no tempo? Ah, acho que não... Ninguém, em sã consciência, tem saudade de usar aquela sunga ridícula do uniforme de educação física do Dom Silvério. Ninguém sente falta de ser insegura. Ninguém gosta de pedir permissão aos pais pra sair. Ninguém tem saudades da aflição de ser virgem e pensar depois da “primeira vez”: então é SÓ isso? Não, gente, tem coisas na vida que melhoram incrivelmente com a idade. E estou escrevendo esse texto porque vejo muita gente apavorada em ficar mais velha. Mulheres com crise existencial porque fizeram 30. Caramba, meninas! É, eu sei, eu sei, eu sei. Vivemos numa cultura que almeja o belo. E o novo. Eu me preocupo com tudo isso também, mas acho que não devemos esquecer uma coisa: renovar quem somos por dentro. Pode parecer clichê, mas é verdade. Chega de nos preocuparmos tanto com botox, preenchimento, lifting, pilates e anti-rugas. Chega de chorar pelos cantos porque você acha que passou da idade de começar de novo. Chega de tanto drama porque você ainda não encontrou o amor da sua vida. Ou mais realisticamente dizendo: um cara bacana com quem você possa viver seus dias. Amor não tem idade. Beleza também não. Pra cada um, a vida dá um tempo. Não é porque a sociedade nos manda um roteiro pronto (com prazo estabelecido), que iremos seguir tudo à risca. (Afinal, é isso que você quer?).

Ah, vou contar uma coisa... Depois de muitos aniversários, descobri que ganhei muito mais do que perdi. Com o passar dos anos, fiquei mais corajosa. Mais segura. Mais esperta. Mais sábia. Mais seletiva. E mais feliz. Perdi minhas vergonhas. Minhas inseguranças (não todas, mas muitas delas). E perdi também o medo de dizer o que penso. E o que eu penso? Ah, pessoal, a mulherada anda boba demais! Vamos parar de nos importar tanto com faixa etária e cabelos brancos. Vamos esquecer das equações que nos ensinaram pra ter uma vida perfeita. Vamos parar de dizer o tal “tô passando da idade”. Vamos nos conhecer mais. Preencher nossos vazios. Paralisar nossos medos. E nos livrar de todos os sinais que não nos fazem bem. Meninas, a plástica aqui é interna. Se está ruim, conserte. Comece tudo de novo. Aproveite que você já sabe o que (externamente) lhe cai bem. E mude. POR DENTRO. Afinal, com que cara você quer chegar aos 40?



Parabéns pra todos que honram suas primaveras.
Que tenhamos – sempre! - um ano novo dentro de nós! (Fernanda Mello)

O UMBIGO-Texto imperdível para uma tomada de consciência.

Li este texto há muito tempo atrás e mantenho-o guardado a 7 chaves. Empresto a vocês para pensarem  um pouco sobre  quanto tempo que não nos curvamos e olhamos para ele, isto é,  não olhamos para nós próprios...Eis o texto.Maravilhoso!

Detenha-se um instante. Se for homem, abra a camisa. Se for mulher, desabotoe o vestido, levante a blusa. Se as gorduras atrapalharem, use um espelho. Se mesmo assim for impossível, solicite ajuda. Há algo imprescindível para a felicidade, algo a ser feito urgentemente pela vida: você tem de ver seu umbigo. Quer dizer, olhá-lo simplesmente é pouco. É preciso mais. Muito mais. Faça um filme, tire fotografias, elabore uma maquete. Seu umbigo, como você, é único.

Analise-o como a uma conta a ser paga. Pense nele como se pensa em grandes investimentos. Admire-o como um agricultor ao céu nublado em tempos de semeadura. Dedique-se a ele como algumas mulheres à cútis, como alguns homens aos músculos. De hoje em diante, dedicar-se ao umbigo deixa de ser mesquinhez.

Nestes tempos econômicos, do umbigo dependem a alegria e a esperança. O amor. O paraíso exige reconstrução. Adão e Eva já tiveram suas chances. Eles não têm para onde olhar. Nós, sim. Somos seres cortados de outros seres. Somos humanos originados de outros. Temos procedência e o mapa das trilhas.

Procuram-se homens e mulheres construtores da paz; eles precisam amar seus umbigos. Procuram-se homens e mulheres solidários, generosos, entulhados de afeto; eles devem estar reconciliados com seus umbigos. Procuram-se homens e mulheres ternos e tolerantes; de seus umbigos devem ter resgatado as bagagens dos antigos navegantes.

Nestes tempos econômicos, enxergar o próprio umbigo tornou-se rara oportunidade de compreensão de si mesmo como um  todo. O umbigo é um espelho côncavo e convexo, uma lente para perto e para longe. No umbigo há histórias e profecias. Primeiro, respiramos e gritamos. Depois, nos cortaram do útero para o mundo. A cicatriz está ali para exibir respostas complexas. O umbigo é a caixa-preta do vôo humano.

O umbigo diz muito sobre nossa natureza. Não somos ovíparos, por exemplo. Não fomos engendrados fora, expostos às intempéries. Não precisamos ser salvos da boca de lagartos e do bico de gaviões. Somos vivíparos, mamíferos. Fomos gerados num ventre. Tivemos calor, afeto, cuidado. Estávamos ligados a alguém, recebemos seu sangue e nutrientes. Ouvíamos sua voz antes mesmo de destrinchar o sentido das palavras.

Se você até agora não olhou seu umbigo, anda desinformado. Procure ler mais jornais, revistas, assista à televisão. O umbigo está super na moda. (Não me refiro às calças de cós baixo.) O umbigo virou assunto científico. As células do cordão umbilical guardam segredos. Podem trazer a cura de doenças incuráveis até hoje e, com isso, prolongar a expectativa de vida.

Olhe seu umbigo atentamente. Você nunca mais será o mesmo. Não desista. Tente de novo. Curve-se. Não se envergonhe. Faça-lhe uma reverência. Quanto maior a curvatura para dentro, maior será a abertura para o universo. Faça um abdominal reflexivo.

Pelo umbigo tomamos consciência, estivemos ligados a alguém. Ela. Mulher. Mãe. Nos deu abrigo, amor e alimento. Cortado o cordão umbilical, deu-nos seu peito, seu coração e nos fez herdeiros de coisas e valores. O umbigo jamais será sinal de egoísmo, ou símbolo de quem tem medo do mundo. Quem teve uma mãe e foi realmente amado jamais olhará o umbigo para fugir da realidade ou para esquecer-se dos outros.
(Pablo Morenno)

terça-feira, 17 de agosto de 2010

STING & JOBIM - Insensatez

RECEITA INFALÍVEL-Thaty Marcondes

Dizem que coar café na calcinha segura o homem e garante o marido. Qual o quê! Superstição sem fundamento lógico.

Após anos e homens de testes, cheguei à conclusão que o único homem que uma mulher segura pelo estômago é o filho (se ela tiver tido a “felicidade” de parir um exemplar masculino).

Explico: comida de mãe é sempre melhor, por mais química e comprada pronta que ela seja. Se a vizinha comprar um frango assado no restaurante “TV pra cachorro” melhor e mais chique do bairro, o dito “macho” logo afirma que a mãezinha “faz” melhor, nem que tenha sido comprado no boteco mais “pé sujo” da periferia. Basta que ela coloque as mãos de fada no pacote e pronto: é melhor e não tem papo. E mesmo que a vizinha compre no mesmo lugar, ao paladar do filho expert é diferente: “Ah, deve ser porque minha mãe é freguesa antiga: o “cara” capricha!”; ou então “Minha mãe acrescenta algo, que não sei o que é, que fica melhor!”. Só mãe sabe fritar ovo como o filho gosta, já notaram?

E é por aí mesmo.
Meu primeiro marido (que Deus o tenha em boa cozinha celestial) adorava tudo o que eu cozinhava, me elogiava, mas o “charutinho” que a mãe dele fazia era melhor. Após inúmeras tentativas de fazer igual à santa mãezinha dele, resolvi: “O que tua mãe cozinha, eu não faço.”. Às vezes eu escutava um pedido: “Chú, faz esfiha? Estou com uma vontade!”. Resposta pronta, na ponta da língua: “Pede pra tua mãe, que a dela é melhor.”.

Segundo marido, a história se repete. Todo mundo elogia meu feijão, mas do cara-pálida-metade sempre ouço: “Minha mãe tempera mais o feijão; o dela é mais saboroso; o caldo é mais grossinho.”. Faço seguindo a receita, mas não tem jeito. Na última visita dela, testamos, ambas, o poder de sugestionamento do cidadão. Eu temperei o feijão, como sempre faço, sem mudar nada, e dissemos que ela tinha feito. O babaca logo soltou o chavão:”Vê se aprende com minha mãe, porque isso sim é que é feijão!”. Rimos, as duas, e contamos a “pegadinha”. E ele emendou:”Mãe, cá entre nós, eu ia perguntar escondidinho se a senhora tinha perdido a mão pra temperar feijão, pois eu notei que estava diferente.”.

Não tem jeito. Mãe é mãe: muda o nome, o endereço, mas não pode mudar de cozinha.

Aprendeu? Então corre fritar batatinha congelada pro seu filho. Garanto que a sua é melhor do que a do mesmo pacote que a coitada da noiva dele frita e ele depois reclama da azia: “da mamãe é mais fresquinha!”, ou “o óleo que ela usa é diferente.”, ou ainda “você não acerta a temperatura do fogo!”.

Receita infalível para segurar seu homem pelo estômago: mande-o comer na casa da mãe.

E pronto. Aproveite e vá ao cabeleireiro, compre uma camisola bonita e espere por ele depois da digestão que, com certeza, será maravilhosa. Afinal, foi a mãe que cozinhou!

Queimar os navios

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

LULA É O CARA!

Não há neste artigo uma só linha que não traga uma verdade incontestável. Parabéns, Caio Lucas,do CQC.

Luiz, você é o cara.

Você é o cara que esteve por dois mandatos à frente desta nação e não teve coragem nem competência para implantar reforma alguma neste país, pois as reformas tributárias e trabalhistas nunca saíram do papel, e a educação, a saúde e a segurança estão piores do que nunca.

Você é o cara que mais teve amigos e aliados envolvidos, da cueca ao pescoço, em corrupção e roubalheira, gastando com cartões corporativos e dentro de todos os tipos de esquemas.


Você é o cara que conseguiu inchar o Estado brasileiro com tantos e tantos funcionários e ainda assim fazê-lo funcionar pior do que antes.


Você é o cara que mais viajou como presidente deste país, tão futilmente e às nossas custas.


Você é o cara que aceitou todas as ações e humilhações contra o Brasil e os brasileiros diante da Venezuela ,Argentina, Bolívia, Equador, Paraguai e outros.


Você é o cara, por tudo isso e mais um monte de coisas, transformou este país em um lugar libertino e sem futuro para quem não está no grande esquema.


Você é o cara que transformou o Brasil em abrigo de marginais internacionais, negando-se, por exemplo, a extraditar um criminoso para um país democrático que o julgou e condenou democraticamente.


Você é o cara que transformou corruptos e bandidos do passado em aliados de primeira linha.

Você é o cara que está transformando o Brasil num país de parasitas e vagabundos, com o Bolsa-Família, com as indenizações imorais da bolsa terrorismo, com o repasse sem limite de recursos ao MST, o maior latifúndio improdutivo do mundo e abrigo de bandidos e vagabundos que manipulam alguns verdadeiros colonos.


Você é o cara que agora quer transformar uma guerrilheira, terrorista, bandida, sequestradora, sem vergonha em presidenta do Brasil só para continuar dando as cartas e junto com sua gangue prosseguir roubando impunemente a nação como fez todos estes anos.


É, Luiz Inácio Lula da Silva! Você é o cara...


É o cara-de-pau mais descarado que o Brasil já conheceu.

domingo, 15 de agosto de 2010

As sílabas - Luiz Tatit

DE FAVOR (LUIZ TATIT).mov

Sem destino - Luiz Tatit



Hoje bisbilhotando músicas achei este artista que nunca havia ouvido falar a respeito( minha cultura musical é parca) e fui procurar dados a respeito.

O paulistano Luiz Tatit faz parte do que se pode chamar da intelectualidade da música brasileira. É formado em Letras pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP), em Música pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) da mesma universidade e possui doutorado em elementos semióticos também pela FFLCH – isso sem contar os livros dos quais é autor e a atuação como professor titular do Departamento de Linguística, na USP. No entanto, engana-se quem imagina que o interesse e o envolvimento de Tatit com o universo das notas rimem com qualquer tipo de hermetismo ou elitismo. “Somos incompetentes para fazer o que eles [os artistas de grande apelo popular] fazem”, disse durante a entrevista que concedeu à Revista E. “Eles fazem de maneira espetacular.”

Com mais de 20 anos de carreira – começou nos anos de 1980 com o Grupo Rumo –, Tatit também prefere não olhar para trás. Na verdade, o presente é o que mais lhe interessa. “Hoje em dia eu vejo a música muito mais vibrante e efetiva”, analisa. “Não vejo qualquer razão para ficar lembrando do que aconteceu antes, que não foi bom.”

Olhem a letra desta música que postei.Achei pura poesia, comparável aos nossos grandes autores musicais brasileiros


SEM DESTINO
Luiz Tatit


Tudo que era o meu destino
Na verdade nunca me aconteceu
Pode ter acontecido
Pra alguma pessoa
Mas não era eu.


Vivo assim na vida sem previsão
Todo mundo tem destino, eu não
Nunca os fatos são de fato fatais
Não confio na fortuna jamais
Puro por acaso e nada mais.


Tudo que já estava escrito
No meu caso nunca se concretizou
Só talvez o aniversário
Que é na mesma data
E não se alterou.


Era pra eu já ter encontrado um amor
Era pra eu já ter esquecido o anterior.
Era pra eu já ter aprendido a sonhar
Era pra eu correr o mundo e voltar
Mas viagem sem destino, não !

Quero minha sina
Quero minha sorte
Quero meu destino
Quero ter um norte
Quero ouvir uma vidente
Que me conte tudo
Só esconda a morte


Quero uma certeza mínima
Que se confirme
Que não seja trote
Por não ter o meu destino
Vivo em desatino
Como D. Quixote


Quem não tem o seu destino
Chega a noite
Pensa que tudo acabou
Se levanta muito cedo
Nunca sabe bem
Por que que levantou
Nada tem urgência para cumprir
Pode virar do outro lado e dormir
Pode ficar nessa até o entardecer
Todos os amigos vão entender
Levantar sem ter destino
Pra quê?


Ser assim tão sem destino
Me preocupa muito
Me deixa infeliz
Sempre quis o meu destino
Foi o meu destino
Que nunca me quis


Mesmo algum sucesso que ele previu
Era pra me revelar, desistiu
Acho que ele foi atrás de outro alguém
Pois destino tem destino também
E só revela aquilo que lhe convém.

LINDA LETRA! LINDA MÚSICA!VOU PROCURAR O DVD AMANHÃ MESMO!

MORRER EM VIDA É FATAL! Martha Medeiros



Nunca esqueci de uma senhora que, ao responder por quanto tempo pretendia trabalhar, respondeu com toda a convicção: “Até os 100 anos”.
O repórter, provocador, insistiu: “E depois?”. “Ué, depois vou aproveitar a vida”.

É de se comemorar que as pessoas aparentem ter menos idade do que realmente têm e que mantenham a vitalidade e o bom humor intactos – os dois grandes elixires da juventude.
No entanto, cedo ou tarde (cada vez mais tarde, aleluia), envelheceremos todos. Não escondo que isso me amedronta um pouco. Ainda não cheguei perto da terceira idade, mas chegarei, e às vezes me angustio por antecipação com a dor inevitável de um dia ter que contrapor meu eu de dentro com meu eu de fora. Rugas, tudo bem. Velhice não é isso, conheço gente enrugada que está saindo da faculdade.
A velhice tem armadilhas bem mais elaboradas do que vincos em torno dos olhos. Ela pressupõe uma desaceleração gradativa: descer escadas de forma mais cautelosa, ser traída pela memória com mais regularidade, ter o corpo mais flácido, menos frescor nos gestos, os órgãos internos não respondendo com tanta presteza, o fôlego faltando por causa de uma ladeira à toa, ainda que isso nem sempre se cumpra: há muitos homens e mulheres que além de um ótimo aspecto, mantêm uma saúde de pugilista. A comparação com os pugilistas não é de todo absurda: é de briga mesmo que estamos falando. A briga contra o olhar do outro.
Muitos se queixam da pior das invisibilidades: “Não me olham mais com desejo”. Ouvi uma mulher belíssima dizer isso num programa de tevê, e eu pensei: não pode ser por causa da embalagem, que é tão charmosa. Deve estar lhe faltando ousadia, agilidade de pensamento, a mesma gana de viver que tinha aos 30 ou 40. Ela deve estar se boicotando de alguma forma, porque só cuidar da embalagem não adianta, o produto interno é que precisa seguir na validade.
Quem viu o filme Fatal deve lembrar do professor sessentão, vivido por Ben Kingsley, que se apaixona por uma linda e jovem aluna (Penélope Cruz) e passa a ter com ela um envolvimento que lhe serve como tubo de oxigênio e ao mesmo tempo o faz confrontar-se com a própria finitude.
No livro que deu origem ao filme (O Animal Agonizante, de Philip Roth), há uma frase que resume essa comovente ansiedade de vida: “Nada se aquieta, por mais que a gente envelheça”. Essa é a ardileza da passagem do tempo: ela não te sossega por dentro da mesma forma que te desgasta por fora.
O corpo decai com mais ligeireza que o espírito, que, ao contrário, costuma rejuvenescer quando a maturidade se estabelece.
Como compensar as perdas inevitáveis que a idade traz? Usando a cabeça: em vez de lutarmos para não envelhecer, devemos lutar para não emburrecer. Seguir trabalhando, viajando, lendo, se relacionando, se interessando e se renovando. Porque se emburrecermos, aí sim, não restará mais nada.

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