domingo, 15 de agosto de 2010

As sílabas - Luiz Tatit

DE FAVOR (LUIZ TATIT).mov

Sem destino - Luiz Tatit



Hoje bisbilhotando músicas achei este artista que nunca havia ouvido falar a respeito( minha cultura musical é parca) e fui procurar dados a respeito.

O paulistano Luiz Tatit faz parte do que se pode chamar da intelectualidade da música brasileira. É formado em Letras pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP), em Música pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) da mesma universidade e possui doutorado em elementos semióticos também pela FFLCH – isso sem contar os livros dos quais é autor e a atuação como professor titular do Departamento de Linguística, na USP. No entanto, engana-se quem imagina que o interesse e o envolvimento de Tatit com o universo das notas rimem com qualquer tipo de hermetismo ou elitismo. “Somos incompetentes para fazer o que eles [os artistas de grande apelo popular] fazem”, disse durante a entrevista que concedeu à Revista E. “Eles fazem de maneira espetacular.”

Com mais de 20 anos de carreira – começou nos anos de 1980 com o Grupo Rumo –, Tatit também prefere não olhar para trás. Na verdade, o presente é o que mais lhe interessa. “Hoje em dia eu vejo a música muito mais vibrante e efetiva”, analisa. “Não vejo qualquer razão para ficar lembrando do que aconteceu antes, que não foi bom.”

Olhem a letra desta música que postei.Achei pura poesia, comparável aos nossos grandes autores musicais brasileiros


SEM DESTINO
Luiz Tatit


Tudo que era o meu destino
Na verdade nunca me aconteceu
Pode ter acontecido
Pra alguma pessoa
Mas não era eu.


Vivo assim na vida sem previsão
Todo mundo tem destino, eu não
Nunca os fatos são de fato fatais
Não confio na fortuna jamais
Puro por acaso e nada mais.


Tudo que já estava escrito
No meu caso nunca se concretizou
Só talvez o aniversário
Que é na mesma data
E não se alterou.


Era pra eu já ter encontrado um amor
Era pra eu já ter esquecido o anterior.
Era pra eu já ter aprendido a sonhar
Era pra eu correr o mundo e voltar
Mas viagem sem destino, não !

Quero minha sina
Quero minha sorte
Quero meu destino
Quero ter um norte
Quero ouvir uma vidente
Que me conte tudo
Só esconda a morte


Quero uma certeza mínima
Que se confirme
Que não seja trote
Por não ter o meu destino
Vivo em desatino
Como D. Quixote


Quem não tem o seu destino
Chega a noite
Pensa que tudo acabou
Se levanta muito cedo
Nunca sabe bem
Por que que levantou
Nada tem urgência para cumprir
Pode virar do outro lado e dormir
Pode ficar nessa até o entardecer
Todos os amigos vão entender
Levantar sem ter destino
Pra quê?


Ser assim tão sem destino
Me preocupa muito
Me deixa infeliz
Sempre quis o meu destino
Foi o meu destino
Que nunca me quis


Mesmo algum sucesso que ele previu
Era pra me revelar, desistiu
Acho que ele foi atrás de outro alguém
Pois destino tem destino também
E só revela aquilo que lhe convém.

LINDA LETRA! LINDA MÚSICA!VOU PROCURAR O DVD AMANHÃ MESMO!

MORRER EM VIDA É FATAL! Martha Medeiros



Nunca esqueci de uma senhora que, ao responder por quanto tempo pretendia trabalhar, respondeu com toda a convicção: “Até os 100 anos”.
O repórter, provocador, insistiu: “E depois?”. “Ué, depois vou aproveitar a vida”.

É de se comemorar que as pessoas aparentem ter menos idade do que realmente têm e que mantenham a vitalidade e o bom humor intactos – os dois grandes elixires da juventude.
No entanto, cedo ou tarde (cada vez mais tarde, aleluia), envelheceremos todos. Não escondo que isso me amedronta um pouco. Ainda não cheguei perto da terceira idade, mas chegarei, e às vezes me angustio por antecipação com a dor inevitável de um dia ter que contrapor meu eu de dentro com meu eu de fora. Rugas, tudo bem. Velhice não é isso, conheço gente enrugada que está saindo da faculdade.
A velhice tem armadilhas bem mais elaboradas do que vincos em torno dos olhos. Ela pressupõe uma desaceleração gradativa: descer escadas de forma mais cautelosa, ser traída pela memória com mais regularidade, ter o corpo mais flácido, menos frescor nos gestos, os órgãos internos não respondendo com tanta presteza, o fôlego faltando por causa de uma ladeira à toa, ainda que isso nem sempre se cumpra: há muitos homens e mulheres que além de um ótimo aspecto, mantêm uma saúde de pugilista. A comparação com os pugilistas não é de todo absurda: é de briga mesmo que estamos falando. A briga contra o olhar do outro.
Muitos se queixam da pior das invisibilidades: “Não me olham mais com desejo”. Ouvi uma mulher belíssima dizer isso num programa de tevê, e eu pensei: não pode ser por causa da embalagem, que é tão charmosa. Deve estar lhe faltando ousadia, agilidade de pensamento, a mesma gana de viver que tinha aos 30 ou 40. Ela deve estar se boicotando de alguma forma, porque só cuidar da embalagem não adianta, o produto interno é que precisa seguir na validade.
Quem viu o filme Fatal deve lembrar do professor sessentão, vivido por Ben Kingsley, que se apaixona por uma linda e jovem aluna (Penélope Cruz) e passa a ter com ela um envolvimento que lhe serve como tubo de oxigênio e ao mesmo tempo o faz confrontar-se com a própria finitude.
No livro que deu origem ao filme (O Animal Agonizante, de Philip Roth), há uma frase que resume essa comovente ansiedade de vida: “Nada se aquieta, por mais que a gente envelheça”. Essa é a ardileza da passagem do tempo: ela não te sossega por dentro da mesma forma que te desgasta por fora.
O corpo decai com mais ligeireza que o espírito, que, ao contrário, costuma rejuvenescer quando a maturidade se estabelece.
Como compensar as perdas inevitáveis que a idade traz? Usando a cabeça: em vez de lutarmos para não envelhecer, devemos lutar para não emburrecer. Seguir trabalhando, viajando, lendo, se relacionando, se interessando e se renovando. Porque se emburrecermos, aí sim, não restará mais nada.

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Homenagem a Nelson Rodrigues.

Nelson Falcão Rodrigues




Dramaturgo - romacista - jornalista.Nascido em Recife em 1912.Falecido no Rio de Janeiro em 1980.
Pioneiro da moderna dramaturgia brasileira, suas peças refletem com crueza a condição humana a partir de tipos extraídos da paisagem urbana, particularmente da sociedade carioca.
 
Frases famosas:
 
 
"O marido não deve ser o último a saber. O marido não deve saber nunca."


"Dinheiro compra tudo. Até amor verdadeiro."


"O brasileiro é um feriado ".


"O grande acontecimento do século foi a ascensão espantosa e fulminante do idiota".

"Daqui a duzentos anos,os historiadores vão chamar este final de século de "a mais cínica das épocas". O cinismo escorre por toda parte,como a água das paredes infiltradas".


"Subdesenvolvimento não se improvisa. É obra de séculos".


"Não gosto de minha voz. Eu a tenho sob protesto. Há, entre mim e minha voz, uma incompatibilidade irreversível".


"O adulto não existe.O homem é um menino perene".


"Em futebol, o pior cego é o que só vê a bola. A mais sórdida pelada é de uma complexidade shakesperiana. Às vezes, num córner bem ou mal batido, há um toque evidentíssimo do sobrenatural".




"A coisa é a seguinte : escrever para mim, muito mais do que uma decisão profissional,é um destino.E screver é o meu destino ! Não é um caso de opção. Eu só tinha esta opção,uma vez que nasci assim".


"Eu não sou ninguém para dizer certas coisas, mas o bom no brasileiro é que ele, sem saber de nada, diz coisas horrendas".


"O brasileiro é um sujeito que gosta de fazer farra, é um desses que, em pleno velório, põe a mão na viúva".


"O que atrapalha o brasileiro é o próprio brasileiro. Que Brasil formidável seria o Brasil se o brasileiro gostasse do brasileiro".


"O carioca é esse sujeito fascinante só na base dos defeitos que tem".


"Diga-se de passagem que eu considero o brasileiro o maior sujeito do mundo. O europeu já está esgotado. O europeu tem na casa dele pires de mil anos. Escadas de mil anos. Tudo é velho pra burro. Já com o brasileiro é inteiramente diferente".


"Acho chato viajar de avião, não quero voar, a não ser caso de vida ou morte. Tenho horror às viagens. A partir do Méier, começo a ter saudades do Brasil".


 "O jovem tem todos os defeitos do adulto e mais um: — o da imaturidade".


"Hoje é muito difícil não ser canalha. Todas as pressões trabalham para o nosso aviltamento pessoal e coletivo"


"Nada nos humilha mais do que a coragem alheia"


"Toda coerência é, no mínimo, suspeita."


"Nunca a mulher foi menos amada do que em nossos dias."


"Enquanto um sábio negro não puder ser nosso embaixador em Paris, nós seremos o pré-Brasil."


"Qualquer menino parece, hoje, um experimentado e perverso anão de 47 anos."


" Toda família tem um momento em que começa a apodrecer. Pode ser a família mais decente, mais digna do mundo. Lá um dia aparece um tio pederasta, uma irmã lésbica, um pai ladrão, um cunhado louco. Tudo ao mesmo tempo."


"A fidelidade devia ser facultativa."


" Tudo passa, menos a adúltera. Nos botecos e nos velórios, na esquina e nas farmácias, há sempre alguém falando nas senhores que traem. O amor bem-sucedido não interessa a ninguém. "


" Nós, da imprensa, somos uns criminosos do adjetivo. Com a mais eufórica das irresponsabilidades, chamamos de "ilustre", de "insigne", de "formidável", qualquer borra-botas."


 "A grande vaia é mil vezes mais forte, mais poderosa, mais nobre do que a grande apoteose. Os admiradores corrompem."


" O brasileiro não está preparado para ser "o maior do mundo" em coisa nenhuma. Ser "o maior do mundo" em qualquer coisa, mesmo em cuspe à distância, implica uma grave, pesada e sufocante responsabilidade."

" Assim como há uma rua Voluntários da Pátria, podia haver uma outra que se chamasse, inversamente, rua Traidores da Pátria."


" Está se deteriorando a bondade brasileira. De quinze em quinze minutos, aumenta o desgaste da nossa delicadeza."


" A mais tola das virtudes é a idade. Que significa ter quinze, dezessete, dezoito ou vinte anos? Há pulhas, há imbecis, há santos, há gênios de todas as idades. "


" Outro dia ouvi um pai dizer, radiante: — "Eu vi pílulas anticoncepcionais na bolsa da minha filha de doze anos!". Estava satisfeito, com o olho rútilo. Veja você que paspalhão! "


"O artista tem que ser gênio para alguns e imbecil para outros. Se puder ser imbecil para todos, melhor ainda. "


" Acho a velocidade um prazer de cretinos. Ainda conservo o deleite dos bondes que não chegam nunca. "


"Chegou às redações a notícia da minha morte. E os bons colegas trataram de fazer a notícia. Se é verdade o que de mim disseram os necrológios, com a generosa abundância de todos os necrológios, sou de fato um bom sujeito."


"Só acredito nas pessoas que ainda se ruborizam."


"O rico e o pobre são duas pessoas.
O soldado protege os dois.
O operário trabalha pelos três.
O cidadão paga pelos quatro.
O vagabundo come pelos cinco.
O advogado rouba os seis.
O juiz condena os sete.
O médico mata os oito.
O coveiro enterra os nove.
O diabo leva os dez.
E a mulher engana os onze."