segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Devaneios.

Um vento bate e levanta papeis imóveis na mesa. No mesmo momento o pensamento desarruma as idéias prontas. Divide as partes de uma crença, separa cores primárias de uma pintura. Derruba estrelas do céu na boca. Me faz andar sem querer sair. E vejo aquilo que eu não precisava. E lembro daquilo que eu nem vivi. Uma alegria nova. Essa pessoa antiga. Já vejo mais. E os outros também. Aponto pra cima. Nem imagino, mas tenho sido aquela. Que nem dormia em mim...e agora me devora.




Pinta no céu um sono. E implora sonhos.

Fui buscar no azul um brilho. Viajei nas caldas pela promessa do encontro.
Ouvi desejos do novo dia. Fiz deitar corpos numa longa estrada. A minha alma renovou os votos. Sua mente descansa. Beija a noite numa boa. Eu imagino um pouco de tudo.
E você, fecha os olhos antes que chegue um bicho.


"Nada jamais me será prometido senão eu mesma, e este eu-mesma, não será nada, se eu nada tiver o que fazer de mim"

Simone de Beauvoir