sábado, 21 de agosto de 2010

VAMPIROS DE ENERGIA:

 São pessoas que nos derrubam literalmente. O vampiro pode estar ao seu lado!São pessoas de nosso relacionamento diário.

Pode ser nosso irmão(a), marido/esposa, empregado, familiar, amigo de trabalho. vizinhos, gerente do banco, ou seja, qualquer pessoa de nosso convívio, que está roubando nossas energias, para se abastecer. Eles roubam nossa energia vital. Mas, por que estas pessoas sugam nossa energia, afinal?

Bem, em primeiro lugar a maioria dos Vampiros de Energia atuam inconscientemente, sugando a energia de suas vítimas, sem saber o que estão fazendo.

O vampirismo ocorre porque as pessoas não conseguem absorver as energias das fontes naturais (cósmicas, telúricas, etc), tão abundantes, e ficam desequilibradas energeticamente.

Quando as pessoas bloqueiam o recebimento destas energias naturais (ou vitais), elas precisam encontrar outras fontes de energia mais próxima, que nada mais são do que as outras pessoas, ou seja, você.

Na verdade, quase todos nós, num momento ou outro de nossas vidas, quando nos encontramos em um estado de desequilíbrio, acabamos nos tornando Vampiros de Energia alheia.

Tipos de vampiros:

a) Vampiro Cobrador: Cobra sempre, de tudo e todos. Quando nos encontramos com ele, já vem cobrando o por que não lhe telefonamos ou visitamos. Se você vestir a carapuça e se sentir culpado, estará abrindo as portas.
O melhor a fazer é usar de sua própria arma, ou seja, cobrar de volta e perguntar por que ele não liga ou aparece. Deixe-o confuso, não o deixe retrucar e se retire rapidamente.

b) Vampiro Crítico: é aquele que critica a tudo e a todos, e o pior que é só critica negativa e destrutiva. Vê a vida somente pelo lado sombrio. A maledicência tende a criar na vítima um estado de alma escuro e pesado e abrirá seu sistema para que a energia seja sugada.
Diga "não" às suas críticas. Nunca concorde com ele. A vida não é tão negra assim. Não entre nesta vibração. O melhor é cair fora e cortar até todo o tipo de contato.

c) Vampiro Adulador: é o famoso "puxa-saco". Adula o ego da vítima, cobrindo-a de lisonjas e elogios falsos, tentando seduzir pela adulação. Muito cuidado para não dar ouvidos ao adulador, pois ele simplesmente espera que o orgulho da vítima abra as portas da aura para sugar a energia.

d) Vampiro Reclamador: é aquele tipo que reclama de tudo, de todos, da vida do governo, do tempo, etc. Opõe-se a tudo, exige, reivindica, protesta sem parar. E o mais engraçado é que nem sempre dispõe de argumentos sólidos e válidos para justificar seus protestos. Melhor tática é deixá-lo falando sozinho.

e) Vampiro Inquiridor: sua língua é uma metralhadora. Dispara perguntas sobre tudo, e não dá tempo para que a vítima responda, pois já dispara mais uma rajada de perguntas. Na verdade, ele não quer respostas e, sim, apenas desestabilizar o equilíbrio mental da vítima, perturbando seu fluxo normal de pensamentos.
Para sair de suas garras, não ocupe sua mente à procura de respostas. Para cortar seu ataque, reaja fazendo-lhe uma pergunta bem pessoal e contundente, e procure se afastar assim que possível.

f) Vampiro Lamentoso: são os lamentadores profissionais, que anos a fio choram sua desgraças. Para sugar a energia da vítima, ataca pelo lado emocional e afetivo. Chora, lamenta-se e faz de tudo para despertar pena. È sempre o coitado, a vítima.
Só há um jeito de tratar com este tipo de vampiro, é cortando suas asas. Corte suas lamentações dizendo que não gosta de queixas, ainda mais que não elas não resolvem situação alguma.

g) Vampiro Pegajoso: investe contra as portas da sensualidade e sexualidade da vítima. Aproxima-se como se quisesse lambê-la com os olhos, com as mãos, com a língua. Parece um polvo querendo envolver a pessoa com seus tentáculos. Se você não escapar rápido, ele irá sugar sua energia em qualquer uma das possibilidades:
Seja conseguindo seduzi-lo com seu jogo pegajoso, seja provocando náuseas e repulsa. Em ambos os casos você estará desestabilizado, e, portanto, vulnerável. Saia o mais rápido possível. Invente uma desculpa e fuja rapidamente.

h) Vampiro Grilo-Falante: a porta de entrada que ele quer arrombar é o seu ouvido. Fala, absoluto, durante horas, enquanto mantém a atenção da vítima ocupada, suga sua energia vital. Para livrar-se, invente uma desculpa, levante-se e vá embora.

i) Vampiro Hipocondríaco: cada dia aparece com uma doença nova. Adora colecionar bula de remédios. Desse jeito chama a atenção dos outros, despertando preocupação e cuidados. Enquanto descreve os pormenores de seus males e conta seus infindáveis sofrimentos, rouba a energia do ouvinte, que depois sente-se péssimo.

j) Vampiro Encrenqueiro: para ele, o mundo é um campo de batalha onde as coisas só são resolvidas na base do tapa. Quer que a vítima compre a sua briga, provocando nela um estado raivoso, irado e agressivo. Esse é um dos métodos mais eficientes para desestabilizar a vítima e roubar-lhe a energia.
Não dê campo para agressividade, procure manter a calma e corte laços com este vampiro.


Agora que você já conhece como agem os Vampiros de Energia, vá a caça deles, ou melhor, saia fora deles o mais rápido possível .
Mas, não esqueça de verificar se você, sem querer, é obvio, não é um destes tipos de Vampiro...

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Devaneios etcétera e tal...: Aconteceu comigo ontem.O que podemos fazer?

Devaneios etcétera e tal...: Aconteceu comigo ontem.O que podemos fazer?: "Nosso país está em processo de decomposição e ninguém reclama do odor fétido que inala. Mas enquanto isto não ocorre muitos jovens continua..."

Aconteceu comigo ontem.O que podemos fazer?

Nosso país está em processo de decomposição e ninguém reclama do odor fétido que inala.

Mas enquanto isto não ocorre muitos jovens continuarão a ser estuprados, outros assassinados, e os pais que os perdem se mantendo em pé com a ajuda de aparelhos fictícios que lhe forneçam ar para poder continuar respirando.
Hoje morrer é ridículo de tão fácil, quem não foi seqüestrado, assaltado, violentado está fora de moda.
Você não acabou ainda de ler o livro de Proust ou Paulo Coelho (quis aqui colocar os dois lados extremos da literatura), de abrir a última Marie Claire para ver as tendências, ou virar as páginas da Zero Hora para saber quem foi o sorteado num concurso ou para a morte, faça logo, pois amanhã poderá ser tarde demais, pois basta virar a esquina errada, entrar na rua à direita e não a da esquerda, abrir o portão de sua casa com mais tranqüilidade, atender a um telefonema que nem era endereçado a você e...
E é sobre este último que quero tratar, porque os outros já foram tão falados e debatidos e até agora ninguém achou a solução, ou nem se interessou por achá-la. Até que algo aconteça com um familiar seu.
Já não sou tão moça , mas quero enfatizar que criei meus filhos sob a égide deste pânico de sobrevivência, levando e buscando no colégio para não roubarem a camiseta, os tênis, os óculos evitando assim que fossem mortos por estas banalidades; já busquei das baladas para que um amigo não os trouxesse após ter ingerido álcool em demasia e sofrerem um acidente desnecessário, já cansei de conversar,quando adolescentes, sobre más companhias , sexo seguro, bebidas, drogas..
E hoje com eles adultos me enfio em casa antes que escureça, pois nos passam a idéia, lêdo engano, que os assassinos começam a agir quando as luzes da cidade acendem e precisamos ir para a toca, nos enfurnar por trás das grades , das cercas elétricas, enfim, nos resguardar do perigo.
Bem, são 19.30 horas,de uma quinta- feira qualquer, já me encontro dentro de meu apartamento, na frente do computador, celular ao lado sempre ligado em conexão com o mundo lá fora, portaria 24 horas que me dá uma pseudo segurança, cercas elétricas acionadas...e eis que dentro desta redoma impenetrável toca o celular e a voz da minha filha, que a esta hora deveria estar saindo do consultório para ir a um curso, desesperada, me diz aos prantos:
-Mãe estou sendo assaltada.Tem um revólver na minha cabeça.
Neste momento a voz de um homem intercepta a ligação e me diz de maneira simples como pedir uma coca zero no bar da esquina, que se eu não der dinheiro a ele, minha filha vai virar presunto e que eu decida já – ou dá ou desce- na linguagem popular.
Retornei naquele instante à época do vestibular na prova de gramática, dificílima por sinal, que dependendo da cruzinha errada no círculo eu estava dentro ou fora da faculdade.
Procurei me acalmar, me lembrar de todos os e-mails que recebi me alertando dos trotes que estavam passando para os menos avisados, mas a voz era dela, eu juro, o celular também não respondia (enquanto falava com o cidadão ligava do meu telefone residencial prá ela) e eu precisava me certificar que era um grande mentira aquele pesadelo todo.
E nestes minutos que pareceram horas , minha dúvida permanecia como no dia do meu vestibular de colocar a cruz no parênteses a, b ou c só que a diferença era que o meu erro seria a cruz definitiva na vida dela.
O celular não atendia e eu cada vez mais tendo a certeza que era tudo verdade, que não se tratava de um trote de dentro de uma penitenciaria no Amapá, Rio de Janeiro ou nos confins do inferno, onde o cabra da peste digitou por um azar o meu número. Eu juro que se tivesse dinheiro teria saído ensandecida para colocá-lo na conta laranja do tal bandido. Eu só queria ver o sorriso e a voz de minha filha de novo!Mas nem dinheiro eu tinha como 90% dos brasileiros.
Disse ao tal homem que não tinha a grana que ele me pedia ao que me respondeu que não se comovia com histórias tristes e que a vida da minha filha dependia do meu sim ou não. Para ele era uma a mais ou a menos, apenas!
Enquanto isto tentava insistentemente ligar para o celular dela tentando ganhar tempo com aquele maldito homem que veio me tirar a paz dentro de minha própria casa.
Foram os piores cinco minutos da minha vida. Era a escolha de Sofia.
Quando ele me disse que não tinha mais paciência e ia matá-la ela atende o celular com a maior tranquilidade e me diz:
- Estava em atendimento por isto não retornei aos teus telefonemas. O que houve?
Neste momento meu parto de cócoras foi um sucesso.A criança nasceu foi colocada no meu regaço e deu o grito de vida!
Respondi, neste momento, ao sujeito do outro lado da linha, assim como alguém que recebe uma “cola” certeira na última hora da prova:
-pode matá-la.
E desliguei.
Enquanto minha respiração voltava ao normal, meu coração retornava ao peito, aparecia na tela da televisão a cara dos candidatos ao próximo pleito com suas eternas promessas não cumpridas.
Naquela noite, pedi a ela algo inusitado:
-Vem dormir com a mãe como fazíamos quando  eras pequena?
E dormimos abraçadas e eu agradecendo por tudo que não aconteceu!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

POR QUE SOU FÃ DO DAVID COIMBRA!

O David Coimbra é um jornalista gaúcho, que consegue dizer tudo que quer a respeito de qualquer assunto mas de maneira tão engraçada que nunca ofende nem a mãe do Juiz(ele é comentarista esportivo) e se vier a ofendê-la pode ter certeza que  o juiz não vai se  incomodar. Como? Porque ele tem o dom de escrever de tal forma que o pior desacato vira piada e como toda piada boa a gente ri no final.
Ontem aqui em P.Alegre foi um fuzuê em relação a colorados e gremistas e por isto me lembrei dele e fui buscar nos meus alfarábios uma crônica que ele escreveu para os psicólogos há muito tempo atrás(me interessei porque tenho uma filha no ramo) e guardei pensando em enviar a ela.
Olha só como tenho razão sobre elogiar o cara!

EU? VIVÍPARO?

Uma vez me chamaram de vivíparo. Fiquei chateado. Não que tenha algo contra os vivíparos, não tenho, até os acho simpáticos. Mas que mania é essa de dizer quem sou ou o que devo fazer?
Tem sido assim a vida toda. As pessoas gostam de classificar as outras pessoas. Sou um grande mamífero; certo. Bípede; tudo bem. Jornalista, filho da dona Diva, pai do Bernardo; até aí estamos no terreno das exatas. Mas e quando vem um gaiato e pergunta se sou um machista ou um tarado ou um comunista ou um neoliberal ou qualquer outra coisa? Tudo muito subjetivo. Aí tenho que ficar me explicando. O que é inútil. Aquela pessoa já me rotulou, catalogou e arquivou na pasta, digamos, dos machistas. E de vez em quando ela vem e reclama:
- Você não pode ser machista, você é um formador de opinião.
Eu? Formador de opinião? Por Deus: nunca formei uma única opinião até hoje. Não que não tenha tentado. Minha mãe, por exemplo, às vezes tento formar a opinião dela. Não consigo. Ela não concorda comigo. Meus amigos, volta e meia esforço-me para dar uma formada nas opiniões deles. Em vão. Eles não mudam um milímetro de ideia. E os leitores. Jamais um leitor admitiu que formei a opinião dele. Não. O leitor vem e diz:
- Que legal aquilo que você escreveu. É exatamente o que eu penso!
Ou seja: ele concordou com a minha opinião porque é a opinião DELE. Ele só concorda com ele mesmo. Logo, não preciso dar explicação sobre o que sou ou deixo de ser. Não faz diferença.
Mesmo assim, admito que às vezes é interessante ouvir a opinião dos outros sobre quem sou. Sobretudo das autoridades.
Em quase todas as empresas nas quais trabalhei, tive de participar de cursos, e aí já estamos na categoria das coisas que as pessoas querem que eu faça. Cursos. Pois bem. Esses cursos, eles são muito interessantes. Uma vez me colocaram num curso de Excel. É um programa de computador aí. Não lembro exatamente como funciona, mas parece ser bastante útil para administradores e tal.
Também assisti a inúmeros cursos de gestão, e foi neles que ouvi opiniões de autoridades sobre a minha pessoa. Por autoridades refiro-me a psicólogos. É espantosa a capacidade dos psicólogos. Havia uma época em que os psicólogos lhe davam uma folha de papel e um lápis e mandavam que você desenhasse uma árvore. O truque era desenhar o chão sob a árvore. Se você não desenhasse o chão, seria reprovado. Todo mundo sabia disso do chão, você tinha de passar por um teste psicológico e as pessoas advertiam:
- Não esquece de desenhar o chão! Tem que desenhar o chão!
Desenhei muito chão em teste psicológico. Depois, imagino que os psicólogos tenham percebido que a história do chão estava manjada e mudaram tudo. Eles agora pegam você e alguns dos seus colegas e colocam todos em uma sala. Depois, dividem a turma em grupos, como no colégio. Dão tarefas para cada grupo: montar uma casa de Lego, formar um tabuleiro de xadrez com algumas peças de madeira, caminhar de olhos fechados sobre uma linha pintada no chão. Você passa 40 minutos fazendo essas coisas e depois disso os psicólogos dizem quem é você, se pode ou não ser chefe, se deve ser demitido ou promovido. Tudo com base na ciência. Impressionante.
Conheço algumas pessoas que foram largadas no meio do mato pelos professores de cursos de gestão, outros que foram obrigados a jogar rúgbi. Terminados os cursos, eles voltaram para suas empresas transformados em ótimos chefes. Ciência pura. Impressionante.
Mesmo assim, estou cansado de todas as pessoas que me dizem o que fazer ou o que sou. Não me importo nem se elas tiverem razão. Um vivíparo? Eu? Não venham me rotular. Não venham me dizer o que fazer. Falem por vocês mesmos.

Mudando conceitos...



Com esta interpretação linda ficará mais tênue o texto para pensar e repensar nossos conceitos:

Foi muito sem querer, na festinha de aniversário de sua filha. Observando os presentes, minha amiga se deu conta de como uma mulher é feita. No aniversário de seu menino, outros presentes: jogos lógicos, carrinhos, livros. Sua filha recebeu bichinhos, bonecas, vestidos, estojos de maquiagem. Mulher é uma instituição histórica. Tal como a conhecemos, é muito mais costela da cultura que da natureza.

Ao menino jogos, carrinhos, livros. Quem fez de tais coisas objetos de varão? A cultura. Um quarto azul para ele, um rosa para ela. Jogos para o cérebro. Carrinhos de tecnologia. Livros para os saberes. Aliás, salvo os culinários, é mister manter as mulheres longe dos segredos. Na maçonaria, por exemplo. Ou na Igreja Católica, onde podem servir, rezar, limpar, bordar a estola e quarar o manutérgio. Tudo, menos participar da hierarquia. Para justificar essa declarada preferência de Deus pelo sexo masculino, a teologia produziu os mais estrambóticos silogismos.

Minha amiga observa os presentes de sua filha. Ela precisa ser meiga, doce, bonita. Essa é a idéia de menina que os convidados à festa reafirmam. A filha de minha amiga, mesmo sem saber de feminino e masculino, vai aprendendo a conformar-se – isto é adquirir a forma da fôrma – ao mundo pronto. Bonecas. Claro, maternidade. E, se por um descuido da natureza, ela não puder fazer-se mãe, terá de administrar a frustração imposta por si mesma, e pelo meio. Milhares de anos depois de Sara, não ter filhos ainda é um castigo divino. Um castigo não expresso, mas dolorosamente tácito e ácido, implícito e lícito. Ai das estéreis!

Mulheres bem sucedidas tornam-se devoradoras de homens ou fagocitam o masculino. Para vencer os machos, as armas de varões. Se muito femininas, perdem credibilidade e o cargo. Os homens usam ternos para serem respeitados, as mulheres terninhos. Prostituta ou santa. Sob o homem ou acima dele. Lado a lado não?

O mundo público é assaz masculino. É o mundo da razão, da lei, da guerra, da objetividade. Às mulheres o confinamento dos espaços privados. É preciso controle, e não apenas da fêmea como indivíduo da raça. Características femininas como a solidariedade e a amorosidade foram banidas da hierarquia e da lógica públicas. Destruição do meio ambiente, guerras, racionalidade muita, ternura pouca. É o império patriarcal.

Uma mulher não se faz sob jugo e desterro. Uma mulher se faz deixando-a bordar todos os tecidos sociais. Uma mulher se faz permitindo-a cozinhar tenra e ternamente política e ciência. Jamais haverá rosto humano sem a face feminina.

Mulheres, que dão à luz, amamentam e, ainda, educam meninos e meninas, mais do que ninguém, sabem: pequenos gestos podem estar grávidos de grandes mudanças. E, se o sonho de um mundo diferente para seus filhos tornar-se causa de insônia, podem começar a pensá-lo na próxima festinha de aniversário.(P.M)

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Qual a idade para ser feliz?

Ninguém se conhece direito até passar dos 30. Tem gente que não se conhece mesmo beirando os 70, mas aí é outra história. Antes dos 30, somos apenas um sonho. Um desejo com várias direções. E muita esperança a tiracolo. Até os 30, estamos definindo o que queremos. O que gostamos. O que vamos ser. Não há limites para os planos. Para o número de namorados. Nem para a quantidade de erros.

Depois dos 30, continuamos errando. Continuamos não sabendo. Continuamos esperando. Mas, pelo menos, temos uma breve idéia de onde queremos chegar. Não é fácil, eu admito. Existe uma pressão no mundo para que você se torne só uma coisa: GENTE GRANDE. Aí, meu querido, começa a batalha... Você TEM que ter um diploma, uma carreira, um namorado, um casamento, um filho, um cachorro. (Mesmo que não seja a lista dos sonhos de sua vida). Você tem que cortar o cabelo, tirar o piercing, encompridar a saia, comprar um biquíni maior, aposentar suas calças rasgadas e blusas de banda. (Apesar de achar seu novo “eu” um tanto quanto demodê).

Aonde isso vai parar? Já conto. Um dia, quando menos se espera, você se enxerga... um chato! Percebe que confundiu responsabilidade com falta de espontaneidade. E encontra sua criança interior puta da vida, num castigo que você mesma criou. ESTOU ERRADA? Pode ser. É preciso muito equilíbrio para saber a hora de não se levar tão a sério. Mas, criança grande que sou, ainda acho que os 30 são a melhor coisa do mundo. Que se danem as contas, as rugas e demais amolações. As paranóias dos 20 (finalmente!) acabaram. Agora você é um ser sublime e sem espinhas. E – digam o que quiserem! – você nunca mais vai morrer de amor. INVENÇÃO MINHA? Não, acho que não. Depois dos 30, a gente sofre com mais dignidade. A gente sabe que toda dor passa. E entende que – tirando a morte e a lei da gravidade – tudo tem conserto.

Se eu gostaria de voltar no tempo? Ah, acho que não... Ninguém, em sã consciência, tem saudade de usar aquela sunga ridícula do uniforme de educação física do Dom Silvério. Ninguém sente falta de ser insegura. Ninguém gosta de pedir permissão aos pais pra sair. Ninguém tem saudades da aflição de ser virgem e pensar depois da “primeira vez”: então é SÓ isso? Não, gente, tem coisas na vida que melhoram incrivelmente com a idade. E estou escrevendo esse texto porque vejo muita gente apavorada em ficar mais velha. Mulheres com crise existencial porque fizeram 30. Caramba, meninas! É, eu sei, eu sei, eu sei. Vivemos numa cultura que almeja o belo. E o novo. Eu me preocupo com tudo isso também, mas acho que não devemos esquecer uma coisa: renovar quem somos por dentro. Pode parecer clichê, mas é verdade. Chega de nos preocuparmos tanto com botox, preenchimento, lifting, pilates e anti-rugas. Chega de chorar pelos cantos porque você acha que passou da idade de começar de novo. Chega de tanto drama porque você ainda não encontrou o amor da sua vida. Ou mais realisticamente dizendo: um cara bacana com quem você possa viver seus dias. Amor não tem idade. Beleza também não. Pra cada um, a vida dá um tempo. Não é porque a sociedade nos manda um roteiro pronto (com prazo estabelecido), que iremos seguir tudo à risca. (Afinal, é isso que você quer?).

Ah, vou contar uma coisa... Depois de muitos aniversários, descobri que ganhei muito mais do que perdi. Com o passar dos anos, fiquei mais corajosa. Mais segura. Mais esperta. Mais sábia. Mais seletiva. E mais feliz. Perdi minhas vergonhas. Minhas inseguranças (não todas, mas muitas delas). E perdi também o medo de dizer o que penso. E o que eu penso? Ah, pessoal, a mulherada anda boba demais! Vamos parar de nos importar tanto com faixa etária e cabelos brancos. Vamos esquecer das equações que nos ensinaram pra ter uma vida perfeita. Vamos parar de dizer o tal “tô passando da idade”. Vamos nos conhecer mais. Preencher nossos vazios. Paralisar nossos medos. E nos livrar de todos os sinais que não nos fazem bem. Meninas, a plástica aqui é interna. Se está ruim, conserte. Comece tudo de novo. Aproveite que você já sabe o que (externamente) lhe cai bem. E mude. POR DENTRO. Afinal, com que cara você quer chegar aos 40?



Parabéns pra todos que honram suas primaveras.
Que tenhamos – sempre! - um ano novo dentro de nós! (Fernanda Mello)

O UMBIGO-Texto imperdível para uma tomada de consciência.

Li este texto há muito tempo atrás e mantenho-o guardado a 7 chaves. Empresto a vocês para pensarem  um pouco sobre  quanto tempo que não nos curvamos e olhamos para ele, isto é,  não olhamos para nós próprios...Eis o texto.Maravilhoso!

Detenha-se um instante. Se for homem, abra a camisa. Se for mulher, desabotoe o vestido, levante a blusa. Se as gorduras atrapalharem, use um espelho. Se mesmo assim for impossível, solicite ajuda. Há algo imprescindível para a felicidade, algo a ser feito urgentemente pela vida: você tem de ver seu umbigo. Quer dizer, olhá-lo simplesmente é pouco. É preciso mais. Muito mais. Faça um filme, tire fotografias, elabore uma maquete. Seu umbigo, como você, é único.

Analise-o como a uma conta a ser paga. Pense nele como se pensa em grandes investimentos. Admire-o como um agricultor ao céu nublado em tempos de semeadura. Dedique-se a ele como algumas mulheres à cútis, como alguns homens aos músculos. De hoje em diante, dedicar-se ao umbigo deixa de ser mesquinhez.

Nestes tempos econômicos, do umbigo dependem a alegria e a esperança. O amor. O paraíso exige reconstrução. Adão e Eva já tiveram suas chances. Eles não têm para onde olhar. Nós, sim. Somos seres cortados de outros seres. Somos humanos originados de outros. Temos procedência e o mapa das trilhas.

Procuram-se homens e mulheres construtores da paz; eles precisam amar seus umbigos. Procuram-se homens e mulheres solidários, generosos, entulhados de afeto; eles devem estar reconciliados com seus umbigos. Procuram-se homens e mulheres ternos e tolerantes; de seus umbigos devem ter resgatado as bagagens dos antigos navegantes.

Nestes tempos econômicos, enxergar o próprio umbigo tornou-se rara oportunidade de compreensão de si mesmo como um  todo. O umbigo é um espelho côncavo e convexo, uma lente para perto e para longe. No umbigo há histórias e profecias. Primeiro, respiramos e gritamos. Depois, nos cortaram do útero para o mundo. A cicatriz está ali para exibir respostas complexas. O umbigo é a caixa-preta do vôo humano.

O umbigo diz muito sobre nossa natureza. Não somos ovíparos, por exemplo. Não fomos engendrados fora, expostos às intempéries. Não precisamos ser salvos da boca de lagartos e do bico de gaviões. Somos vivíparos, mamíferos. Fomos gerados num ventre. Tivemos calor, afeto, cuidado. Estávamos ligados a alguém, recebemos seu sangue e nutrientes. Ouvíamos sua voz antes mesmo de destrinchar o sentido das palavras.

Se você até agora não olhou seu umbigo, anda desinformado. Procure ler mais jornais, revistas, assista à televisão. O umbigo está super na moda. (Não me refiro às calças de cós baixo.) O umbigo virou assunto científico. As células do cordão umbilical guardam segredos. Podem trazer a cura de doenças incuráveis até hoje e, com isso, prolongar a expectativa de vida.

Olhe seu umbigo atentamente. Você nunca mais será o mesmo. Não desista. Tente de novo. Curve-se. Não se envergonhe. Faça-lhe uma reverência. Quanto maior a curvatura para dentro, maior será a abertura para o universo. Faça um abdominal reflexivo.

Pelo umbigo tomamos consciência, estivemos ligados a alguém. Ela. Mulher. Mãe. Nos deu abrigo, amor e alimento. Cortado o cordão umbilical, deu-nos seu peito, seu coração e nos fez herdeiros de coisas e valores. O umbigo jamais será sinal de egoísmo, ou símbolo de quem tem medo do mundo. Quem teve uma mãe e foi realmente amado jamais olhará o umbigo para fugir da realidade ou para esquecer-se dos outros.
(Pablo Morenno)