segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Devaneios etcétera e tal...: TIPINHOS DE HOMENS CONTEMPORANEOS- by Chico Sá

Devaneios etcétera e tal...: TIPINHOS DE HOMENS CONTEMPORANEOS- by Chico Sá: "Tudo bem, bravas fêmeas, os homens são todos iguais, blábláblá etc. Alguns, no entanto, são bem mais perigosos que os outros. Em mais um ser..."

TIPINHOS DE HOMENS CONTEMPORANEOS- by Chico Sá

Tudo bem, bravas fêmeas, os homens são todos iguais, blábláblá etc.
Alguns, no entanto, são bem mais perigosos que os outros. Em mais um serviço de utilidade pública, este cronista de costumes volta a exibir os tipinhos contemporâneos da mais alta periculosidade.
Muito prazer, Homem-bouquet. Sim, é aquele macho que entende de vinhos finos, abre a garrafa, cheira a rolha, balança na taça, sente o bouquet da bebida dos deuses. O tipinho faz mil cursos, não perde um programa especializado na tevê, entra em sites franceses do gênero, reúne os amigos para encher o saco com o tal bouquet, o sabor e o aroma amadeirado etc.
Mais uma advertência: o mesmo elemento costuma apreciar também o que ele chama de “um bom jazz”, uma “MPB de qualidade”... Corra Lola, corra de criaturas desse naipe. Esse camarada é frutado!Homem que entende e gosta mesmo de vinho não sai arrotando conhecimentos por ai, simplesmente aprecia e faz a sua companhia apreciar sem arrogância ou jequice alguma.

Mesmo as heroínas que conseguem escapar do “In vino picaretas” dificilmente escaparão da arapuca do inominável e desqualificado Homem-hortinha. Trata-se do distinto mancebo que, ao receber as moças elegantemente para um jantar, usa o manjericão cultivado na própria hortinha que mantém no quintal ou na área de serviço. Cultivar o próprio manjericão não é exatamente o defeito do rapaz. O problema é que ele passa duas horas a discorrer sobre o cultivo da hortinha, os cuidados, o zelo, samba de um tempero só, degustação ao pé do saco. Uma amiga, coitada, conheceu um destes exemplares que cultivava até a própria minhoca usado como “fator adubante” da própria hortinha. Corra, Lola, corra, corra mesmo, corra léguas, eis um tipo irrecuperável.
Com o Homem-Ômega 3 não carecemos cozinhar tanto o juízo, não representa lá, sejamos generosos, grandes dramas para a humanidade. É simplesmente um sujeito doente, com alguma cota de paranóia, que tenta pregar a causa da vida saudável, como se isso fosse pelos menos 10% possível. Preocupado em combater os radicais livres, o elemento enche imoderamente o saco dos que enchem a cara. É o tipo do macho que costuma morrer cedo, mas cheio de saúde, uma beleza, com todas as células empenhadíssimas em retardar o envelhecimento.
Todo politicamente correto, benza-te Deus, o Homem-ONG, ou homus-oenegê, é o que há de mais maçante nesse mundão sem porteira. Adora um abaixo-assinado, uma passeata, põe nariz de palhaço a cada cinco linhas que lê do noticiário e está sempre morto de decepcionado com o governo, qualquer governo, mesmo que a sua entidade não-governamental encha as burras, lave a égua no brejal mais público. Sim, ele acredita na humanidade, na responsabilidade social, no terceiro setor, na arte como redenção dos pobres... Se você reparar, leitora do meu coração, ele quase levita, de tão puro, de tão bom.

Some Lola, some que é roubada -mor.

domingo, 26 de setembro de 2010

Devaneios etcétera e tal...: Quero ser "Maria"

Devaneios etcétera e tal...: Quero ser "Maria": "Eu tenho uma amiga virtual, muito querida, chamada June, que se alguém for aos meus comentários do blog, ela está sempre dizendo algo carinh..."

Quero ser "Maria"

Eu tenho uma amiga virtual, muito querida, chamada June, que se alguém for aos meus comentários do blog, ela está sempre dizendo algo carinhoso, rindo, ou criticando algumas de minhas posições. Poderia dizer que é minha seguidora contumaz, a felicidade de qualquer blogueiro. Nos conhecemos de forma muito engraçada, pois já era amiga de sua irmã, que é outra fôfa, e ambas pensavam que eu era a Martha Medeiros, minha "idala". Imaginem só! Até eu conseguir demonstrar que estavam enganadas demorou algum tempo.
Mas vamos aos fatos: descobri que a menina escreve também, tem um blog, e gostei tanto da maneira como se expressa que além de me tornar sua seguidora  vou colocar alguns textos dela aqui de agora em diante. Eis um deles.

Quero ser Maria!




Existe uma passagem na Bíblia em que conta a história de uma mulher chamada Marta que, em certa ocasião, hospedou Jesus em sua casa. Ela tinha uma irmã chamada Maria que não desgrudou de Jesus para ouvir Sua Palavra. Marta corria de um lado para outro organizando o melhor de sua casa para oferecer a Jesus, no entanto quem mais usufruiu do “banquete” foi sua irmã Maria (Lc 10.38)
Vivo um momento muito Marta em minha vida. Passo o maior tempo em casa, me multiplicando em dez para dar conta de tudo. Sou mãe, esposa, representante comercial, dona de casa, filha, nora, amiga, quebra-galho, entre outras atribuições. Tudo isso, em um dia que só tem 24 horas.
E, no que diz respeito aos meus filhos, dei-me conta de que a Marta está mais presente em casa e em suas vidas, do que a Maria. Estou aqui, mas não estou com eles. E, o pior, perdendo o que eles tem de melhor, que é a infância. Ela está andando a passos largos e eu perdendo o banquete...
Nessas férias (deles, pois estou longe de pensar em férias), descobri que precisava “mudar o rumo”. Nada de acampamento com os coleguinhas, nada de colônia de férias do clube. De forma bem egoísta, quis eles só para mim. Quis resgatar um pouquinho da mãe que brinca, da mãe disponível. Estou tendo que reaprender a soltar pipa, andar de bicicleta, nadar no frio, jogar basquete, peteca, UNO, Monopoly, brincar de salão de beleza, casinha. Deixá-los quebrar os ovos para o bolo, pedir para ler as receitas, fazer bichinhos com massa de biscoito. Ir ao cinema a tarde. Ler livros com caras e bocas. Assistir desenhos na TV, pegar filmes na locadora, enfim, estar realmente com eles.
Só respondo os e-mails e resolvo coisas do trabalho bem cedo, antes deles saírem da cama ou quando eles se cansam de mim (triste reconhecer que cansam de verdade). Leio meus livros e escrevo meus textos antes de dormir (como fiz ontem, as 00:24, já que tinha que postar este texto no Mulher Ocupada naquele dia), mas só me interessa não perder de vista o banquete...
É muito contraditório quando nosso desejo de SER se esbarra nas necessidades do TER essenciais a eles (escola, curso de línguas, esporte, etc). Fazemos malabarismo com o orçamento doméstico para dar conta de tudo, e o “perigo” desse impasse é nos afogarmos nos afazeres enquanto os dias passam, sem piedade, por nós. Ficam o SER e o TER pela metade, incompletos.
Uma amiga me enviou um artigo que abordava sobre um livro da filósofa e feminista francesa Elisabeth Badinter, contra as exigências da mãe perfeita. Mas será que é querer ser perfeita não se conformar em perder o banquete? Felizmente sou das mais imperfeitas possível, e dentro de toda minha imperfeição vou tentando usar e abusar da criatividade (que penso ser forte aliada à falta de recurso financeiro), maximizando meu tempo e burlando a Marta que vive batendo à minha porta.
Ainda faltam cinco dias para terminar as férias, estou fisicamente muito cansada, mas emocionalmente muito feliz por saborear o precioso banquete da minha vida.

sábado, 25 de setembro de 2010

Devaneios etcétera e tal...: Profissão sindico.Bah!!!!!!!!!!

Devaneios etcétera e tal...: Profissão sindico.Bah!!!!!!!!!!: "Tudo bem, eu não posso reclamar. Meu prédio é legal e meus vizinhos de porta são ótimos do tipo que dividem bolo de cenoura quando fazem em..."

Profissão sindico.Bah!!!!!!!!!!


Tudo bem, eu não posso reclamar. Meu prédio é legal e meus vizinhos de porta são ótimos do tipo que dividem bolo de cenoura quando fazem em fôrma grande.

Mas tem dias que acho que vou sucumbir.
Bem preciso esclarecer que sou síndica de um prédio de 90 apartamentos, diria 89 pois o meu não conta.
Segunda-feira.
Desço as 7 horas da manhã fazendo sol ou chuva (nunca se sabe a previsão do tempo, pois moro em P.Alegre, RGS).Bem desço a esta hora com minhas duas cadelas que já tem certa idade, rezando para não encontrar nenhuma alma penada no elevador voltando bebunzaço(a) de alguma festa ou saindo contrariado para trabalhar àquela hora.
Ninguém no elevador. Ufa!
-Vamos logo “meninas” antes que o do 1607 reclame que um pêlo de vocês foi parar no terno Armani azul-marinho dele.
O porteiro mal me vê já traz um calhamaço de papel para assinar e peço um tempo para que meus olhos possam abrir melhor.
A esta hora do dia, o primeiro da semana, já tem no livro de reclamações que o fulano desceu com o cachorro, que mais parece um hamster,sem coleira,o que é proibido, isto que o prédio foi feito para ter cachorro a vontade, tanto é verdade que temos um pet na entrada com grama verde e cerca, o que trouxe, enganosamente vários compradores cachorreiros a adquirir apartamento ficando a imaginar o quanto seus bichinhos iam ter uma vidinha feliz! Engano total.Assim como Hitler odiava judeus nosso prédio odeia qualquer raça de quatro patas.
Depois de um café rápido tenho que ver a porta que não funciona, a câmera que está desligada, a faxineira que não veio e as louças quebradas deixadas no salão de festas pois domingo tinha sido final de campeonato e no churrasco devem ter atirado uns pratos no chão para comemorar.
Pelas 10 horas uma briga entre dois moradores porque um com pressa colocou o carro na garagem do outro.
Me esqueci de dizer que no prédio, assim como tem gente que odeia a raça animal tem gente sem noção do que representa “coisa alheia”.Tudo é de todos.Para que serviria o nome “condomínio” se não for para dividir?
Depois do almoço é a hora que dedico a abrir os emails e encontro mais de 100 deles com reclamações referentes ao fim de semana: aquele que não deixou o vizinho de baixo dormir porque a esposa nervosa passou a noite a trotear de salto alto prá lá e prá cá, o outro que ouviu a briga do jovem casal e queria chamar a brigada, e a transa diferenciada, com uivos lancinantes de uma moça lá pelos seus 30 anos que mora só mas como é filha de Deus traz todo sábado um gatinho( este é de duas patas e pode entrar pelo hall social) para acompanhá-la no quarto de paredes de gesso acartonado e de fácil propagação de sons.
Fico pensando em outros tipos de ruídos que as pessoas escutam e me reclamam.Nem vou contar!
Impressionante como se perde a privacidade quando se mora em prédios. O que me leva diretamente ao que aconteceu na terça-feira.
Bem na hora em que estava escovando os meus dentes pela manhã, começo a escutar uma gritaria, com detalhes picantes da vida de um casal. Esses prédios tem umas colunas de circulação de ar que funcionam como verdadeiros telefones sem fio. Por mais que eu tentasse não participar do que rolava eu era obrigada a escutar.Jogavam panelas e copos.Liguei o interfone para o apartamento do casal e logo desliguei sem me identificar, mais para dizer- “ei! não quero participar como ouvinte desta baxaria”. A briga pareceu serenar após meu toque, acho que foram fazer amor, tanto é que soube ontem que dentro de nove meses nascerá uma bela criança.
Quarta feira: Assembléia Extraordinária.
Você odeia essas assembléias de condomínio? Eu adoro e me divirto horrores vendo as pessoas discutirem por tão pouco.Sai até palavrões nas nossas reuniões e ficam dias sem se falarem . É como assistir ao programa Zorra Total ao vivo.
Quinta-feira: Fico pensando em outros tipos de ruídos que eu escuto e que todos devem escutar também com estas modernas paredes utilizadas nas novas construções. Sei, por exemplo, exatamente a hora que meu vizinho puxa a descarga ou acaba de tomar seu banho.Quando a esposa seca o cabelo.O secador dela parece uma aeronave aterrisando no Galeão no momento que o comandante puxa aquela alavanca e todos nós seguramos firme na poltrona do avião.
Resolvo abrir as persianas para ver se os barulhos se dissipam e eis que alguém está batendo seu tapete na janela e vem todo pó para dentro do meu quarto que tinha sido limpo na véspera.
Nesta quinta de manhã me lembro que tenho de chamar a empresa de gás pois se alguém ficar com banho frio neste inverno trágico que se abateu aqui no sul sou capaz de ser enterrada viva no espaço mínimo do pet ou afogada na piscina gelada que no verão fica igual ao piscinão do Ramos. Isto que nem falei no meu interfone que toca de 5 em 5 minutos- faz a proporção aí de 89 apartamentos para um interfone só.
Isto sem salientar os mal-educados, que pegam o elevador três segundos na sua frente e apertam o botão para fechar a porta bem na sua cara.
E as fofocas? Aquele é gay, aquela casou por interesse, o cara do terceiro andar está falido mas comprou o carro do ano.
Sexta-feira- O porteiro sempre tem uma idéia nova a lançar para organizar algum departamento que me pertence, mas o dele não funciona, pois canso de ver entrar pessoas desconhecidas onde pedir a identidade é coisa que não existe no manual de procedimento de segurança.Isto sem falar nas variações de porteiros de segunda a domingo que nunca conhecem os moradores e me telefonam- pelo celular- não querendo saber onde me encontro e que horas são, para saber se eu posso informar de quem se trata.
-Dona, ele diz que é o João, irmão do Francisco casado com a Tereza.
Sábado e domingo são dias de festas, as mais variadas, do rave a clássica, não preciso dizer que ninguém dorme, só assistindo a sessão coruja e olhe lá!

Bem assim passam meus dias, entre fazer orçamentos, chamar empresas especializadas em consertos, o homem do elevador, da porta automática que não funciona, o material de limpeza que não vindo o detergente trocaram por 20 vassouras para contrabalançar o estrago, as luzes que queimam todos os dias numa média de 20 por andar, os condôminos inadimplentes.
Agora chega de me lastimar!
Amanhã tenho um encontro muito cedo com o pessoal do prédio do lado que me quer de síndica.(Martha M.M.)

Devaneios etcétera e tal...: TEM VEZ QUE CANSA-Ana Jácomo

Devaneios etcétera e tal...: TEM VEZ QUE CANSA-Ana Jácomo: "Tem vez que cansa. Cansam portas fechadas, chaves que não abrem as portas fechadas, a angústia por ainda não se saber como abri-las. A von..."