domingo, 12 de setembro de 2010

A IMPERMANENCIA!




A hora do encontro é também despedida a plataforma desta estação, é a vida.(Milton Nascimento e Fernando Brant)
Em cada despedida existe a imagem da morte.(George Eliot)


Recebi hoje este email lindo!

Oi Martha


Os filmes que amas são os que tenho há muito no meu acervo.Temos o mesmo gosto.Amor nos tempos...uma maravilha.Gosto muito do teu jeito de ser/viver.As músicas de Ellis..."perdoem a falta de tempo...os dias andam assim." Não faço parte de nada,não quero...twitter,facebook...etceteras...Mas leio todos os dias o que tem de novo no teu blog .A mulher que escreve fascina porque é louca como necessariamente deve ser uma mulher fascinante. É facil apaixonar-se por uma das Marthas...Acho que deves te permitir um grande "acontecimento"...de preferência que envolva ruptura e abandono.Com escândalo seria perfeito. Tu és uma artista...talvez não saibas..."uma trágica"...Pola Negri...Garbo...Maísa...Clarice...Cecilia e por aí vai"... Faça sempre uso desta "qualidade", use como ferramenta na escrita, despudoradamente. Tambem pertenço a esta categoria, mas tenho pudores, medos mal resolvidos; por isso nunca "explodi"no meu trabalho. Eu não quero que me conheçam, estranho não???...Algo diz que devo ser sempre expectador...
Gosto muiiiiito de ti apesar do pouco contato, e quero muito que sejas feliz.Bjsss Luiz


Este e-mail, esta pilula anti oxidante da alma, pilula que não se compra em farmácia de nenhum país e nem se adquire com receitas de manipulação, porque palavras de carinho nunca serão compradas e tampouco manipuladas se o material em que se origina não puder ser adquirido do fundo da alma de quem o faz.

Gostaria de compartilhar com voces, não como um elogio que me promova, mas para aconselhar ou relembrar que hoje estamos aqui amanhã quem sabe...e que palavras simples e desprentesiosas como estas, num simples e-mail, que me deixaram emocionada e feliz deveriam ser ditas por nós mais amiúde a quem amamos ou queremos bem, enfim torná-las parte da nossa rotina.
Tenho uma amiga que perdeu sua única filha e no velório, ali onde a morte mostra que não escolhe quem levanta o dedo e quer ir deste mundo mas quem muitas vezes está feliz sem pensar nela, dizia entre lágrimas: nós havíamos discutido pouco antes desta tragédia!
Adiantava agora o lamento? a culpa pungente?
Então, longe de textos de auto ajuda, vamos nos despedir sempre com um beijo, um abraço apertado, com uma palavra de carinho, um afago, uma gargalhada gostosa, pois jamais saberemos se aquela não será a última vez que teremos oportunidade de olhar nos olhos daquele ser querido, nos estreitar nos seus braços, ouvir ou dizer algo que ilumine nosso dia ou o dia dela(e).

 Junto um texto sobre a nossa impermanencia.

A vida é como um piquenique em uma tarde de domingo... ela não dura muito tempo. Só olhar o sol, sentir o perfume das flores ou respirar o ar puro já é uma alegria. Mas se tudo o que fazemos é ficar discutindo onde pôr a toalha, quem vai sentar em que canto, quem vai ficar com o peito ou a coxa do frango...que desperdício! Mais cedo ou mais tarde o tempo fecha, a tarde cai e o piquenique acaba. E tudo o que fizemos foi ficar discutindo e implicando uns com os outros. Pense em tudo que se perdeu.
Você pode estar se perguntando: se tudo é impermanente, se nada dura, como pode alguém viver feliz? É verdade que não podemos, de fato, agarrar ou nos segurar às coisas, mas podemos usar esse conhecimento para olhar a vida de modo diferente, como uma oportunidade muito breve e rara. Se trouxermos à nossa vida a maturidade de saber que tudo é impermanente, vamos ver que nossas experiências serão mais ricas, nossos relacionamentos mais sinceros, e teremos maior apreciação por tudo aquilo que já desfrutamos.
Também seremos mais pacientes. Vamos compreender que, por pior que as coisas possam parecer no momento, as circunstâncias infelizes não podem durar. Teremos a sensação de que seremos capazes de suportá-las até que passem. E com maior paciência seremos mais delicados com as pessoas a nossa volta. Não é tão difícil manifestar um gesto amoroso quando nos damos conta de que talvez nunca mais estaremos com a nossa tia-avó. Por que não deixá-la feliz? Por que não dispor de tempo para ouvir todas aquelas histórias antigas?
Chegar à compreensão da impermanência e ao desejo autêntico de fazer os outros felizes nesta breve oportunidade que temos juntos, constitui o começo da verdadeira prática espiritual. É esse tipo de sinceridade que efetivamente catalisa a transformação em nossa mente e em nosso ser.
Não precisamos raspar a cabeça nem usar vestes especiais. Não precisamos sair de casa nem dormir em uma cama de pedras. A prática espiritual não requer condições austeras.... apenas um bom coração e a maturidade de compreender a impermanência. Isso nos fará progredir.

Obrigado Luiz por tuas palavras que me fizeram tão bem.

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